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Foto: Ricardo Sturkert/Instituo Lula (03/03/2016) Fotos Públicas |
“A Casa
caiu! ”. Foi assim que muitos brasileiros reagiram à ação da Polícia Federal
contra o ex-presidente Luiz Inácio da Silva na 24ª etapa da Operação Lava Jato.
Se
para alguns causou surpresa, o mandado que intimou Lula a depor e depois ser
liberado já era esperado por ele e pelo PT. As últimas atitudes do
ex-presidente só anteciparam o inevitável.
Ao
exigir que José Eduardo Cardozo deixasse o Ministério da Justiça por não agir
com pulso firme em relação à PF, Lula juntou a fome dos juízes da Lava Jato com
a vontade de comer. Fritou a si mesmo. Colocou na mão dos seus carrascos a
corda que pode vir a enforcá-lo.
Aliás,
as últimas atitudes de Lula têm sido marcadas por uma série de erros de
estratégia, o que demonstra que ele está perdido em seus próprios enredos,
girando em torno do próprio eixo.
Seu
discurso cheio das mesmas justificativas já está se tornando vazio e cansativo.
Repetição desagradável de sons desiguais.
Ao
atirar em tudo e em todos, o ex-presidente corre o risco de acabar acertando em
si mesmo. Ou passa a ter estratégia própria ou continuará sendo parte da
estratégia dos que querem pegá-lo.
Ao
optar por continuar responsabilizando os outros pelas faltas que ele mesmo
cometeu, Lula abre mão de sua sabedoria política e erra ao acreditar que no
mundo político o ataque é a melhor defesa.
Se
quem não deve não teme, deveria ficar tranquilo e tranquilizar os que estão ao
seu redor e aqueles que, por enquanto, ainda acreditam nele.
Se
continuar a bater de frente com os que querem enquadrá-lo e persistir em querer
transformá-los em seu saco de pancadas, o ex-presidente corre o risco ver o
feitiço virar contra o feiticeiro e de ser atingido em cheio por seus próprios
socos.
Ao
confiar na crença de que o bem que fez ao país ao longo dos seus dois mandatos
o redimirá, Lula poderá se tornar a voz do que clama no deserto e acabar
sozinho e isolado.
Não
se iluda presidente, “o símbolo da ingratidão não é a serpente, é o homem”. No mais, na política, no amor e nos negócios não existe cão fiel.