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Foto: Antônio
Cruz/Agência Brasil (26/06/2015) Fotos Públicas
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Foto: Lula Marques/Agência
PT (18/08/2015) Fotos Públicas
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O Senado
nem sequer acatou formalmente o processo de impedimento da presidente e os
futuros apoiadores do provável governo Temer já começam a dar sinais de
desentendimento entre si, confirmando que o apoio ao impeachment será a moeda
de troca utilizada para o pagamento dos mais de 300 votos contrários à
permanência de Dilma no comando do país.
Sim,
a fatura chegou mais rápido do que se esperava.
Temer
já articula nomes para seu mandato presidencial como se já tivesse sido
empossado. Entre recusas e aceitações publicamente não declaradas, o ainda
vice-presidente vai efetivando sua chegada ao poder.
A
estratégia é escolher nomes que impactem e conquistem a população e agradem o
mercado.
Medidas
muito ousadas não serão adotadas de início, mas, a julgar pelas propostas
contidas no plano de governo divulgadas há meses sob o nome de “Uma ponte para
o futuro”, políticas neoliberais serão o destaque e a tônica inevitável do
provável futuro presidente do Brasil.
Nesse
jogo de cartas marcadas, a guerra de afirmações também já foi declarada, tanto
é que a imprensa, em informações oficiosas, já divulga que Temer não pretende
acabar com os programas sociais, bandeira vitoriosa da administração petista,
mas em atualizar esses programas. O risco é saber qual é o significado de
atualizar no dicionário temeresco.
Longe
de ser uma unanimidade entre a população, o apoio declarado ao muito provável
governo Temer também não está consumado ou garantido por parte de alguns
partidos até então alinhados com o vice-presidente em relação a aprovação do
impeachment.
É
o caso do PSDB que, como sempre, nunca está totalmente afinando nem interna nem
externamente entre si.
Enquanto
há alguns nomes do partido apoiam que embarque total no barco de Temer, outros
são contrários e acreditam que o PSDB estaria entrando em uma canoa furada e
defendem um apoio seletivo ao governo do peemedebista, como é o caso do
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
Alckmin
não está preocupado com o partido, mas com suas intenções políticas para 2018
ou mais precisamente com a possibilidade do também sempre presidenciável José
Serra se tornar ministro de Temer.
Se
Serra aceita e se dá bem, pode levar a melhor na disputa com Aécio e o próprio
Alckmin pela indicação do partido como concorrente a presidência nas próximas
eleições.
De
uma forma ou de outra, o PSDB está em um mato sem cachorro e diante de um
dilema político: se apoia Temer e o governo dele emplaca, com que argumentos e
moral poderá se contrapor à uma possível, e muito provável, candidatura de
Temer à reeleição em 2018?
Se
fica de fora e o governo Temer emplaca, quais os argumentos que usará para
atacar um governo que deu certo?
Se aceita e o governo Temer for mal, com que moral poderá criticar ou atacar um
governo do qual fez parte e ajudou a colocar no poder?
Pelo
que tudo indica, Temer e o PSDB podem se tornar o céu ou o inferno um do outro.
Sem direito a purgatório.
Para esses políticos que só pensam no benefício próprio e deixa os interesses do povo sempre em segundo plano, é isso mesmo que acontece não se irão se entender jamais.
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