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El Comandante e Che Guevera Fotos: Pixabay |
Fidel Castro, líder revolucionário e ex-presidente de Cuba, morto ontem (25), aos 90 anos, afirmou certa vez que se alguém não faz, o tempo todo, tudo aquilo que pode e até mais do que pode, é exatamente como se não fizesse absolutamente nada. A frase, dita há mais de duas décadas, hoje não é só autobiográfica, mas define também quem Fidel foi e o que representou para o mundo: um lutador incansável.
Fidel foi chamado de
tudo e vários adjetivos foram utilizados para classificá-lo e desclassificá-lo:
ditador, inflexível, centralizador, líder, valente, feroz, destemido, generoso.
Porém, nenhuma outra expressão o representa melhor do que El Comandante.
Além de simbólica,
forte e marcante, a expressão, que ao mesmo tempo é homenagem, reconhecimento e
titulo, representa também alguém que sempre fez questão de estar à frente de
seu tempo e que nunca fugiu à luta, impossibilitando assim, quase que unanimemente,
que alguém possa chama-lo de covarde e vacilante.
Pelo contrário. Ao
longo de nove décadas, El Comandante fez justiça ao seu nome: Fidel sempre foi
e permaneceu fiel e sincero.
Fidelidade e
sinceridade que incomodaram porque Fidel Castro, enquanto revolucionário, não enxergava
apenas a parte, mas fazia questão de ver o todo, o comum, o igual, o outro.
Fidel foi um
revolucionário que não se furtou a perder tudo: a família, a liberdade, até a
vida. Menos a moral, como também afirmou.
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Fidel Castro: Símbolo da luta e da resistência Foto: Pixabay |
Amado e odiado,
temido e respeitado, conciliador e provocador, Fidel Castro também foi considerado
por muitos, ao longo de vários anos, o sinônimo e o antônimo de luta, resistência,
firmeza, rigidez, inflexibilidade, excesso e ausência de princípios.
Inteligência equilibrada
que não dispensava o senso utilitário e comunitário, Fidel Castro sai da vida e
entra para a história sem que se tenha tornado uma unanimidade nem para o bem e nem para o mal.
Líder para uns, vilão para outros, mas exemplo para todos de que o conhecimento sem ação leva à estagnação e à morte dos sonhos.
Líder para uns, vilão para outros, mas exemplo para todos de que o conhecimento sem ação leva à estagnação e à morte dos sonhos.
Guerrilheiro incansável,
estrategista sem igual que colocou a luta à frente da vida, humano e passível de erros como todos
nós, Fidel fará falta em um mundo que cada vez mais procura se encerrar em si
mesmo e no individualismo desmedido do capitalismo globalizante, selvagem e predador.
Entretanto, a consciência
que Fidel possuía de que os homens não moldam seu destino, mas que o destino
produz o homem de cada momento; a certeza que os homens passam, mas os povos e
as ideias ficam, permanecerão por muito tempo e seguirão contando sua
história.
História que não trai
e que, como ele acreditava, o absolverá de qualquer acusação que possam vir a lhe imputar.
RIP, El Comandante!