26 de jul. de 2017

ETERNA MADRE

EVITA, MARÍA EVA DUARTE, EVA PERÓN, ARGENTINA, MÃE DOS POBRES E DESCAMISADOS, JUAN DOMINGO PERÓN, PARTIDO FEMININO PERONISTA.
 María Eva Duarte, Evita, continua viva na memória dos argentinos 65 anos após ter morrido.
Foto: Reprodução


Eram 20h45 daquele sábado, 26 de julho de 1952, quando as emissoras de rádio locais anunciaram que María Eva Duarte, aos 33 anos de idade, saía da vida para ser eternizada na memória e no coração do povo argentino como uma das maiores e mais influentes personalidades políticas de todos os tempos.

Evita, após ter sido derrotada por um câncer diagnosticado alguns anos antes, mas tratado de forma insuficiente, a partir daquela data passou a integrar o imaginário afetivo e histórico de uma imensa massa de argentinos.

Imediatamente após sua morte, as ruas de Buenos Aires viraram o centro da peregrinação de milhares de cidadãos órfãos daquela que fora considerada por muitos mãe, amiga, estadista e líder política.

Muitos descamisados – era assim que Evita chamava os pobres - se comportaram como se o país inteiro tivesse apenas uma única cidade e um só destino: Buenos Aires.

Durante duas semanas, mulheres, homens, idosos e crianças velaram e choraram a morte da “Madre de los pobres y descamisados.”

Entretanto, 14 dias foram insuficientes para apagar a dor e serenar os corações dos argentinos, tanto que o corpo de Evita foi embalsamado e ficou exposto à visitação pública durante pelo menos dois anos.

Em 1955, o corpo de Evita foi roubado e enterrado na Itália para, somente mais de 20 anos depois, encontrar sepultura definitiva na Argentina.

Tamanha comoção, dor e reverência dos descamisados argentinos foi justificada pelo fato de Evita Perón ter sido considerada a maior figura púbica feminina a dedicar seu carisma, sua influência política e sua persistência em solidariedade ao povo e às questões sociais dele.

Vida difícil, ascensão meteórica

Filha de um relacionamento extraconjugal entre uma costureira e um grande fazendeiro, mal querida pelos meio-irmãos, Evita aprendeu desde criança a conviver com sentimentos opostos e a superar adversidades.

Aos 15 anos de idade mudou-se sozinha para Buenos Aires em busca do sucesso como atriz, mas nunca obteve reconhecimento considerável da classe artística nem da crítica, apesar de ter feito participações em filmes, atuado em radionovelas e incursionado pelo teatro.

Em 1944, ao conhecer Juan Domingo Perón, 24 anos mais velho do que ela, Evita, que quando adolescente afirmara que só se casaria com um príncipe ou um presidente, conseguiu realizar seu segundo sonho e viver seu melhor papel: o de primeira-dama estadista.

Não poupou esforços para efetivar sua união com Perón a ponto de falsificar os documentos e mudar seu nome de Eva María Ibarguren para María Eva Duarte.

Apesar de ter atuado em defesa dos argentinos menos favorecidos e ter ajudado a devolver a dignidade a muitos cidadãos construindo escolas, hospitais, lares para mães solteiras, asilos para idosos, distribuído alimentos e roupas através da Fundação Eva Perón, Evita dividiu a opinião dos militantes da esquerda e da direita argentina.

Mesmo tendo criado o Partido Peronista Feminino e atuado para que o voto das mulheres passasse a ser considerado um direito em 1947, Eva Perón não foi aclamada pela esquerda da Argentina como uma militante, chegando a ser chamada de assistencialista e acusada de populista por seus adversários.

Atriz, estadista, política, mulher destemida e de ascensão rápida e passagem meteórica pela vida, Evita, a menina decidida e líder de braços sempre abertos para os mais necessitados, ainda continua sendo lembrada tanto pelo o que fez como pessoa pública quanto pelo que provocou na história da Argentina e dos que ainda reconhecem nela a representação marcante e intensa de seu povo.
 
Hoje, passados 65 anos após sua partida, Evita ainda está viva na memória de seu povo como sempre sonhou. Segue sendo amada e reverenciada além morte. Permanece como um mito ainda não substituído no ideário político e afetuoso de milhares de argentinos .

FRASES

“Onde há uma necessidade, nasce um direito.”

“Eu não queria nem quero nada para mim. A Minha glória é e será sempre Perón, escudo e bandeira do meu povo. E, enquanto na estrada deixar pedaços da minha vida, sei que você recolhe meu nome e carrega a bandeira para a vitória.”

“Como mulher sinto a ternura das pessoas de onde eu vim.”

“É chegada a hora da mulher que compartilha uma causa pública e a hora da morte da mulher com valor numérico e inerte dentro da sociedade.”

“De nada valeria um movimento feminino em um mundo sem justiça social.”

“Se este povo me pedisse a vida, daria cantando, porque a felicidade de um descamisado vale mais do que toda minha vida.”

“A pátria não é patrimônio de nenhuma força. A pátria é o povo e nada pode se sobrepor ao povo sem que corram perigo a liberdade e a justiça.”

“Nossa pátria não será mais uma colônia ou a bandeira tremulará sob suas ruínas.”


“Ninguém, senão o meu povo me chama de Evita. Quando escolhi ser Evita, escolhi o caminho do meu povo.”


Local: SÃO PAULO São Paulo, SP, Brasil

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