29 de dez. de 2019

DÈJÁ-VU

2019, O ANO DA (A)NORMALIDADE
FOTO: PIXABAY.COM




O ano de 2019 chega ao fim se notabilizado como mais um ano “(a)normal”, sem avanços significativos, mas agravado por normas paralisantes e conformistas. Muitas dessas normas risíveis, excludentes, inaceitáveis como naturais.

As expectativas altas dos otimistas - notadamente em relação a uma nova forma de governar - aos poucos foram dando lugar às previsões, apesar de negativas, acertadas por parte dos realistas.

Realismo que não significa necessariamente pessimismo ou ausência de fé, mas que pode ser entendido como uma espécie de otimismo que não abre mão do benefício da dúvida nem nega a História e o princípio de realidade.

O fato é que o Brasil, que nos últimos dois anos patinou com a instabilidade política e econômica, hoje segue sua “normalidade” sem rumo, sem sequer ter um esboço de projeto de país e que, na  maioria das decisões, continua repetindo um passado desastroso.

Evoluímos da estagnação econômica para o caminhar sem direção. Ou seja, permanecemos reféns das expectativas, andando em círculo e, para nosso azar, em 2019, limitados pelo conformismo e anestesiados pelos fundamentalismos.

No campo político, com raras exceções, parlamentares, mandatários e afins continuaram a jogar o jogo jogado. No plano econômico, o mercado seguiu ditando as regras.

Nesse sentido, já disse e repito: quem aprovou a tão “indispensável e urgente reforma da Previdência” foi o mercado financeiro e não os “ilustres” senadores e deputados.

Lamento, meu caro, mas, se você ainda não sabe ou não quer enxergar, o poder econômico segue firme, forte e, mais do que nunca, condicionando o poder político no Brasil.

No enredo dessa nova velha história cheia de vários protagonistas, em que o desfecho é tão surpreendente quanto último capítulo de novela, o bandido nem sempre morre no final.

Aliás, hoje ficou mais difícil identificar imediatamente quem são os bandidos em meio a esse saco de gatos.

Se ontem os bandidos eram facilmente identificáveis até de olhos fechados, hoje, apesar de continuarem sendo tão bandidos quanto antes, agem de forma mais ardilosa e subterrânea que enganam sem dificuldades o mais cristão dos cristãos.

Os bandidos de hoje pagam de mocinhos, encarnam o bom cristão, atuam em nome da Lei, apesar de serem altamente letais.

Não poupam bravatas, falam e agem falsamente em nome do Senhor. Caminhando a passos largos, vão arrebatando legiões de fundamentalistas que, por sua vez, não têm  - ou não querem ter - entendimento nem vontade.

Final dos tempos, irmãos.

Nesse cenário caótico, irresponsável, limitante e preconceituoso o que resta, por enquanto, é a História.

Que a História, por si só ou por seus conteúdos, ainda que parecidos ou repetidos, não analisada como um déjà-vu, mas possa ser urgentemente compreendida pelos seus verdadeiros significados, positivos e negativos.

Em 2020 não nos enganemos a nós mesmos nem deixemos que continuem a nos enganar ou nos façam aceitar o inadmissível como algo normal.

Que o novo ano seja verdadeiramente novo e, como disse o atualíssimo, mas nem sempre normal, William Shakespeare, que as pessoas sejam o que parecem.

Feliz 2020!

Local: SÃO PAULO Recife - PE, Brasil

0 comentários:

Postar um comentário

Política de moderação de comentários: A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro ou o jornalista responsável por blogs e/ou sites e portais de notícias, inclusive quanto a comentários. Portanto, o jornalista responsável por este Blog reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal e/ou familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.