4 de jun. de 2016

IMPÁVIDO GIGANTE

Muhammad Ali, Box, Pugilismo, Ali
Robe usado por Muhammad Ali em 1974
Foto: Public.Resource.org, Domínio público,  tirada em 03/11/2004

Após 62 lutas, 57 vitórias – 37 por nocaute – e 5 derrotas nos ringues, ex-boxeador e maior peso pesado da história do pugilismo, Muhammad Ali morreu ontem (03/06), aos 74 anos, nos Estados Unidos, em decorrência de uma infecção generalizada.

Depois de duelar por 32 anos contra o Mal de Parkinson, Ali deixou a vida para entrar definitivamente no hall da história como The Greatest.

Campeão dentro e fora dos ringues, Muhammad Ali nasceu Classius Marcellus Clay Jr. em um sábado de inverno em Lousisville, cidade mais populosa do estado norte-americano de Kentucky.

Descendente de escravos, Ali descobriu aos 12 anos de idade, ao ter sua bicicleta furtada, que não aceitar ser derrotado seria a maior vitória que poderia obter em vida.

Ao longo de sua trajetória como boxer, Ali marcou a história da humanidade como símbolo de resistência ao recusar combater na Guerra do Vietnã, tornando-se ícone do esporte e cidadão do mundo.


Muhammad Ali, The Greatest
Foto: Reprodução

Crente de que o impossível é apenas uma grande palavra usada por gente fraca, que prefere viver no mundo como ele está, ao invés de usar o poder que tem para muda-lo, melhorá-lo, e de que o impossível não existe, que não é um fato, mas uma opinião, Ali foi defensor perpétuo de causas humanitárias.

Viveu, sofreu, combateu o bom combate e sobreviveu por suas convicções.

Era duro e implacável quando se tratava de submissão, racismo e intolerância. Seus golpes rápidos e precisos atingiam em cheio o preconceito, a alienação e o segregacionismo soberbo dos que detinham o poder político e econômico.

Fora dos ringues, suas atitudes eram certeiras; suas palavras, diretas e cortantes, como espada de dois gumes.

“Aquele que vê o mundo aos 50 anos da mesma forma que o via aos 20 anos, desperdiçou 30 anos de sua vida”. “Campeões não são feitos em academias. Campeões são feitos de algo que eles têm dentro de si – um desejo, um sonho, uma visão”, costumava dizer.

Com a certeza de que a força de vontade deve ser mais intensa do que a habilidade, Muhammad Ali não recuava. Mesmo odiando cada minuto dos treinos, dizia para si mesmo: não desista. Sofra agora e viva o resto de sua vida como um vencedor.

Visionário que concretizou seus sonhos, Ali assumiu riscos. Viveu e morreu como campeão. 

Ele, suas lutas e suas lições ficarão para sempre.

RIP, Muhammad Ali!
Local: SÃO PAULO São Paulo, São Paulo - SP, Brasil
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2 comentários:

  1. Texto primoroso. Ali inspirou esportistas de diversas modalidades, não apenas os de artes marciais.

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    1. É verdade, Vinícius. Ali soube valorizar a existência dele como ser humano e como profissional.

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