3 de out. de 2016

FELIZ 2018!

Eleições municipais surpreendem, decepcionam e antecipam a chegada de 2018

Foto: Reprodução Pixabay


As eleições 2016 chegaram ao fim em boa parte das capitais do país e na maioria dos 5.570 municípios brasileiros com alguns resultados previsíveis, outros inesperados, mas todos antecipando um provável cenário político eleitoral para os próximos dois anos.

Dessa vez, entre mortos e feridos nem todos se salvaram.

Entre as surpresas estão a eleição de João Dória Júnior (PSDB) em São Paulo e um segundo turno no Rio de Janeiro entre Crivella (PRB) e Marcelo Freixo (PSOL), candidatos que não tem relações estreitas ou não estão ligados diretamente ao PT nem ao PSDB.

Em relação aos perdedores e ganhadores, o maior derrotado em todo o país foi o PT. O partido teve sua força e influência política profundamente abaladas até mesmo em seu alicerce eleitoral, as periferias do Brasil.

A partir do resultado das eleições é possível afirmar que os domicílios eleitorais petistas está condenados e com rachaduras por todos os lados, embora ainda se mantenham de pé.

Minado pelas denúncias da Lava Jato e com suas principais lideranças políticas em baixa, o Partido dos Trabalhadores viu a quantidade de prefeituras que conquistou nos últimos 14 anos reduzirem de 644 em 2012 para 256 esse ano.

Se conseguir vencer nos outros municípios em que ainda vai disputar o segundo turno, o PT poderá eleger 263 prefeitos, número próximo às 187 prefeituras conquistadas em 2000.

Outra derrotada em São Paulo foi Marta Suplicy. Em quarto lugar na contagem total dos votos, Marta só conseguiu conquistar a preferência de 10% dos paulistanos, ficando atrás de Celso Russomano que obteve 13,64% dos votos.

Dona Marta foi traída por ela mesma, por suas escolhas erradas e por suas opções equivocadas. Chegou a negar que era de esquerda e a renunciar seu passado petista.

Marta, que foi acusada de traidora e oportunista, obteve um resultado que fez jus às suas atitudes. A peemedebista teve um comportamento completamente oposto ao de Eduardo Suplicy. 

Apesar de sua fidelidade partidária e das denúncias que pairam sobre o PT, Suplicy foi eleito o vereador com melhor desempenho em São Paulo e obteve 301.446 votos.

As candidaturas de Marta e Russomano, mas do que ajudar o PSDB, prejudicaram e derrotaram o PT tirando, pelo menos, 25% dos votos de Fernando Haddad.

Analistas atribuem a vitória dos tucanos na capital paulista à força política do governador Geraldo Alckmin, o que não é 100% verdade.

Além da blindagem natural dada os tucanos pelo Ministério Público que não apura nem investiga devidamente o PSDB, partido que possui o mesmo comportamento errático e corruptível do PMDB, é possível afirmar que os tucanos foram favorecidos muito mais pela condenação sumária sofrida pelo PT, fortemente acusado de ter inventado a corrupção no Brasil - o que não é verdade -, do que por seus dons políticos.

O principal mérito do governador paulista não foi a excelência de sua administração, aliás, cheia de truculências, violência policial e de denúncias mal investigadas, como o desvio de R$ 2 bilhões da merenda das escolas paulistas.

O trunfo de Alckmin foi não ter aberto mão da escolha do nome de Dória e ter resistido às investidas descontentes de seus adversários dentro do partido, entre eles José Serra, outro grande derrotado.

Conhecido como o Senhor das Sombras por tramar contra os companheiros de partido, Serra viu sua aposta na chapa Marta Suplicy/Andrea Matarazzo morrer na beira da praia, o que pode indicar que ele corre o risco de ser o próximo náufrago peessedebista na disputa presidencial de 2018.

A vitória de João Dória devolveu o comando da prefeitura da maior cidade do pais ao PSDB, mas não selou a paz entre as alas descontentes do partido. Pelo contrário, aumentou e evidenciou as rachaduras no ninho tucano.

Dória, que até ontem não era político, não é mais só o afilhado de Geraldo Alckmin, agora também deverá ser seu principal cabo eleitoral nas eleições presidenciais de 2018.

Nesse cenário de continuísmo, a Rede Sustentabilidade tida como símbolo de partido correto e limpo, só conquistou cinco prefeituras no primeiro turno, podendo chegar ao total de oito se conseguir vencer as outras três que ainda disputa no segundo turno.

A legenda de Marina Silva, com apenas 995.447 votos em todo o país, continua sem expressão, influência política e perdida em meio aos partidos nanicos. 

Contudo, o brasileiro, que disse ter ido às ruas para acabar com a corrupção, não votou pela mudança nem pela renovação, mas continuou a colocar no poder partidos não menos corruptos e corruptíveis.

Entretanto, todavia, de uma forma ou de outra, para o bem ou para o mal, 2018 já chegou. Firme, forte, surpreendente, mas também cheio de dúvidas e incertezas políticas.

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