19 de mai. de 2017

ELEIÇÕES DIRETAS JÁ!

DIRETAS JÁ, CRISE POLÍTICA, TEMER, CONSTITUIÇÃO, BRASIL, POVO BRASILEIRO, GOLPE, CONTRAGOLPE, JBS, MERCADO.
Eleições Diretas: O Brasil de volta para os brasileiros
Foto: Paulo Pinto/AGPT - Fotos Públicas 29/05/2017



O dia seguinte de Michel Temer, após as supostas denúncias de conivência com a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha e com as ações ilícitas praticadas e sugeridas pelo executivo da JBS, deixou o presidente do país em suspensão e lançou a sorte do Brasil em um mar revolto de incertezas.

O clima de complô, conspiração, tentativa de golpe, acusações, faz que vai, mas não vai, daqui não saio, daqui ninguém me tira, só aprofunda a situação de instabilidade política, deflagra guerra entre os três poderes, deixa a população à deriva.

O resultado da soma das denúncias que, no mínimo, comprometem seriamente Michel Temer e reafirmam a relação promíscua entre o público e o privado, multiplica o ódio, diminui as chances de retomada de crescimento, divide o país. É uma conta que não fecha.

Sabemos que, na visão torta dos maus políticos brasileiros e na concepção desumana do capitalismo de compadres praticado largamente no Brasil, o povo é um mero detalhe.

Porém, o mínimo de respeito e decência, por mais que a população não signifique muito, ainda se fazem necessários, até mesmo porque, ainda, é o voto dessa massa que é vista como insignificante que elege esse bando de inconseqüentes.

A saída de Michel Temer do comando do país, seja por impeachment, cassação de chapa ou renúncia é certo que não vai mudar muito a forma como economia é conduzida e o modo como as reformas estão sendo impostas, mas é inevitável.

Qualquer um que venha substituir Temer por meio de uma das três possibilidades que se apresentam terá que, obrigatoriamente, dar continuidade à agenda política e econômica do atual presidente.

A maneira como uma provável substituição de Temer está sendo tratada faz com que a troca de presidente não dependa da decisão popular. É um pressuposto estabelecido por quem condicionou a chegada Temer ao poder: o mercado.

Se Temer sair, cair ou for derrubado, e a escolha de seu sucessor acontecer por via indireta, será novamente o mercado quem vai determinar quem deve ser o presidente tampão. Basta ver a lista de nomes que estão se cogitados.

As propostas de reforma trabalhista e da Previdência do governo atual estão sendo claramente ditadas pelo mercado.

Isso só ocorre porque não foi o povo, por livre e espontânea vontade expressada através do voto, quem colocou o atual presidente no comando do país. Foram os interesses financeiros.

Somente eleições gerais e o voto popular, processos legitimamente democráticos, podem devolver a paz e a serenidade ao país e condicionar as decisões políticas e econômicas que o novo presidente irá tomar às necessidades e à vontade do povo.

Caso isso não ocorra, um provável presidente eleito pelo Congresso também terá que se submeter incondicionalmente às mesmas vontades do capitalismo de amigos praticado ininterruptamente no país, tornando-se refém das exigências do mercado e de um sistema decadente.

Eleição direta, mas do que nunca no Brasil, significa devolver ao brasileiro o direito que ele sempre teve e que, em hipótese alguma, lhe deve ser negado: o poder de decidir o que é melhor para ele e para o país.

Por mais que se concorde ou se discorde que o brasileiro ultimamente fez escolhas erradas através do voto, a decisão soberana e a responsabilidade pelas escolhas que ele fez, ou que venha a fazer, deve ser inevitável e exclusivamente dele. Sempre.

Enquanto o poder emanar do mercado e em nome dos interesses deles for exercido, dificilmente teremos justiça social, igualdade de direitos e respeito integral no Brasil.

Portanto, a solução para atual crise política do país é rápida, fácil e sem dor: basta que se cumpra a Constituição quando ela diz claramente que todo poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido. 

Simples assim.

18 de mai. de 2017

GOTA D'ÁGUA

BRASIL, DEMOCRACIA, DIRETAS JÁ!, TEMER, DISSIMULAÇÃO, CRISE, CONTRAGOLPE, GOLPE, VOLTAIRE, ABRAHAM LINCOLN, LAVA JATO, POLÍTICA, AÉCIO NEVES
É a gota d'água. Chegamos no limite. Não dá mais para segurar
Foto: Pixabay Public Domain

Quando o filósofo francês Voltaire escreveu que a dissimulação é virtude de reis e de camareiras, cometeu uma injustiça. Ele esqueceu de incluir outras duas categorias em seu raciocínio: os políticos e os governantes.

Abraham Lincoln quando tocou no assunto preferiu ser assertivo, invés de irônico.

Lincoln foi além, ao afirmar que alguém pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas não pode enganar todas por todo o tempo.

Michel Temer  e Aécio Neves, por sua vez, podem ter optado por confirmar as máximas, colocando-as em prática:dissimularam até quando puderam. Ou até quando deixaram.

Surpresa apenas para os que foram enganados - ou aceitaram ser; Confirmação do óbvio para quem verdadeiramente conhece Temer e Aécio.  

De uma forma ou de outra, o fato é que ontem a máscara de homem público íntegro, corajoso e competente que Temer usava - antes mesmo de ser nomeado presidente promovido - pode ter sido arrancada a contragolpe, para o bem ou para o mal do Brasil.

Escândalo, para os que sempre fizeram questão de não enxergar quem ele realmente é; O pior do mesmo para os que não pouparam esforços em escancarar o risco que a nomeação de Temer como presidente representaria para a segurança do Brasil.

Diante do caos instaurado, uma coisa não se pode negar: todos - tanto os que têm ouvidos, mas se fizeram de surdos, quanto os que têm olhos e acertadamente enxergaram além - fomos exaustivamente alertados para o perigo do impeachment e suas conseqüências desastrosas.

Apostou que o impeachment era a negação da democracia quem teve bom senso, desacreditou na aposta quem não teve juízo. Deu no que deu.

Contudo, em meio à indefinição em que nos encontramos, nos metemos - ou nos meteram - uma coisa é certa: nunca tivemos em toda nossa história junto, e ao mesmo tempo, a oportunidade mais propícia para reconstruirmos o Brasil e o momento mais favorável para o jogarmos ladeira abaixo.

A gravidade da situação, entretanto, exige coragem, atitude, sinceridade, consciência e, sobretudo, serenidade, afinal de contas, tal e qual ladrão que espera a hora certa para atacar, os velhos e novos dissimulados continuam a agir e não perdem um segundo sequer de tempo.

Eles já estão à espreita armados para nos assaltar com suas falsas promessas, seus desmentidos oficiais, suas soluções infladas de ego e seus discursos infalivelmente prontos.

A confirmação está nos vídeos postados pelos ministros de Temer e a postura vacilante de alguns veículos de comunicação em reconhecer o óbvio e admitir que não dá mais.

A questão já não é mais onde tudo isso vai dar, mas no que deixaremos que dê.

Não temos mais que esperar a hora, temos que fazer acontecer.

Para tanto é imprescindível não se deixar iludir pelos velhos e pelos novos dissimulados, eles continuam a fazer escola.

O momento exige que se tome as ruas e se resgate a democracia que foi roubada. Só assim saberemos se conduziremos ou se continuaremos sendo conduzidos.

Basta!

11 de mai. de 2017

1x1


LULA, MORO, LAVA JATO, 1X1, DEPOIMENTO DE LULA, TRIPLEX, ARENA CURITIBA, FLA-FLU


Nem quente nem fria, absolutamente morna. Foi assim a tão esperada disputa do ano entre o ex-presidente Lula e o juiz Sérgio Moro, realizada ontem em Curitiba.

Lula não disse nada mais do que já tem dito e Moro não perguntou nada além do que já se sabe. 

Meras formalidades sem contrapartidas muito positivas ou negativas para ambos os lados, porém com conseqüências, no médio prazo, boas e ruins tanto para um quanto para o outro.

Todavia, a verdadeira condenação ou absolvição de Lula e de Moro poderá vir muito mais pela força dos que apóiam e condenam cada um dos lados do que necessariamente pela excelência política do experiente ex-presidente ou pela competência jurídica controversa do jovem juiz.

Ao final de cinco horas – que poderiam ter durado muito menos – tanto Lula quanto Moro jogaram pelo empate e a partida acabou em 1x1. 

Fora da Arena Curitiba, os torcedores de ambos os lados também evitaram o embate frontal violento. 

Tanto a arquibancada quanto a cadeira cativa se comportaram com civilidade. Ponto positivo para a democracia.

Apesar de tudo, a bola continuará rolando. Lula seguirá reafirmando que é inocente enquanto que Sérgio Moro permanecerá tentando convencer a todos do contrário, até que apareçam provas que desempatem o jogo e e finalmente determinem qual será o vencedor.

Entretanto, ao julgar pela disputa de ontem e pelo desempenho de cada um dos jogadores, se depender dos dois lados, o resultado final poderá vir por pontos corridos e não mais pelo confronto direto no melhor estilo Fla-Flu. 


9 de mai. de 2017

LUZ, CÂMERA, AÇÃO!

Michel Temer, Reforma da Previdência, Temer, Vale Tudo, Mídia, Globo, Record, Band, SBT, Rede TV!, Luz, Câmera, Ação!
Luz, Câmera, Ação! Tudo pronto para Temer tentar aprovar suas reformas a todo custo
Foto: Pixabay Public Domain



Michel Temer está lutando com todas as forças e tentando de todas as formas garantir a aprovação de sua reforma desigual da Previdência. 

A insistência já não é mais política ou uma necessidade imprescindível para o país, mas questão de honra.

Temer precisa honrar os compromissos que assumiu com o capital financeiro que o fez chegar onde está e, para tanto, está pedindo a benção de Deus e do Diabo, como se fosse possível servir a dois senhores em paz.

Apesar do apoio de setores da mídia – ou dos que aceitaram defender as reformas em troca do aumento da quota de propaganda governamental – outros expedientes ilegítimos, alguns baseados em argumentos inconsistentes desmentidos e contraditos pelas leis do mercado, também não deixam de ser utilizados e vão desde ameaças declaradas à velha e já manjada redistribuição de cargos e benesses.

Porém, o que chama mais atenção, como moeda de troca pelo possível aumento da verba publicitária destinada aos veículos apoiadores do governo, é a alta exposição midiática do presidente nomeado.

Para aprovar as reformas do jeito que estão postas e empurrá-las goela abaixo defendendo o indefensável, Temer está se valendo do vale tudo, desde apelar para a sensibilização forçada até aparecer no Programa do Ratinho.

Para lograr êxito em sua determinação arrogante, não vai demorar muito e logo Temer também estará no Rala e Rola e Casos de Família, do SBT; Master Chef e Terceiro Tempo, da Band; Dr. Hollywood, da Rede TV!; Videocassetadas, Arquivo Confidencial e Malhação, da Globo e, para fechar com chave de ouro, Fala que eu te escuto, da Record.

Na tentativa desesperada de aprovar sua reforma excludente, custe o que custar, e ficar bem na foto melhorando, a qualquer preço, sua imagem com a população, Temer corre o risco de, além de ser derrotado, queimar o filme de quem aceitar posar ao seu lado.

Ainda tem quem aceita e acredita.

Alguém se habilita?

1 de mai. de 2017

CASTELOS DE AREIA

LULA, ELEIÇÕES 2018, PESQUISAS, PSDB, TEMER, REFORMAS, TORRE DE BABEL, CASTELOS DE AREIA, TEMER, PT, IPSOS, DATAFOLHA, LULA DA SILVA, FACHIN, LISTA DE FACHIN
Impeachment, reformas trabalhista e previdenciária, santidade disfarçada:
 castelos de areia que aos poucos vão sendo desfeitos
Foto: Pixabay Public Domain
As pesquisas divulgadas recentemente pelos institutos Ipsos e DataFolha  sobre as preferências da população  em relação as possíveis candidaturas à Presidência da República em 2018 voltaram a confirmar o crescimento de Lula na disputa eleitoral do ano que vem.

Entretanto, ao contrário do que destacou a mídia em geral, o que mais chama a atenção nas estatísticas não é a capacidade de resistência de Lula e seu favoritismo como candidato permanente do PT, mas a falta de articulação e a queda constante nas pesquisas daqueles que poderão ser os prováveis adversários do ex-presidente na disputa.

Enquanto Lula fortalece sua ascendência, os vários candidatos que podem polarizar a briga pela Presidência do Brasil continuam sua trajetória de rejeição crescente. 

Poucos deles isoladamente chegam a obter mais de 10% da preferência da população, ficando atrás de até mesmo de Jair Bolsonaro, personagem político que não ocupa cargo de destaque nem sequer é conhecido em muitos rincões do país.

Os inimigos e concorrentes de Lula da Silva teimam em habitar uma Babel política. Falam línguas diferentes, não conseguem se entender nem se consolidar.

Contrariando o que se supunha ou o que era esperado, nem o impeachment de Dilma Rousseff nem a famigerada Lista de Fachin surtiram o efeito desejado em relação ao ex-presidente. Pelo contrário, o feitiço tem virado contra o feiticeiro. 

Os opositores do petista, aparentemente, estão sendo obrigados a se convencer que remédio que cura também pode matar. 

Temer e seus aliados estão tendo que suar a camisa para se soltarem das armadilhas que criaram.

É aí que Lula tem levado vantagem e está tirando proveito, apesar do ex-presidente também não ser uma unanimidade. 

Contundo, Lula da Silva é o preferido da maioria dos eleitores não pelos olhos azuis, que não possui, mas, ao contrário de Temer, pelo fato de ter conseguido implementar ações que comprovadamente beneficiaram a maioria da população, mesmo tendo seu presente político manchado de denúncias e deslizes.

Por outro lado, Lula também continua crescendo na preferência dos eleitores porque está sendo beneficiado tanto pelas circunstâncias do momento quanto pela falta de articulação de seus adversários.

Em relação às circunstâncias, pela Lista de Fachin. Ela ajudou Lula na medida em que desmentiu a história que foram os petistas quem inventaram corrupção no Brasil, juntamente com o ex-presidente.

A Lista de Fachin comprovou que todos os citados pelos delatores da Odebrecht estão no mesmo nível. 

Colocou partidos de bases ideológicas diferentes - mas com interesses materiais idênticos - no mesmo patamar, igualando-os em sujeira, tal e qual recém-nascido de suíno quanto pisa pela primeira vez em chiqueiro.

Os denunciados por Fachin confirmaram, por si sós e por suas ações espúrias que, se não é uma senhora idosa e não poupa ninguém, a corrupção está agindo há pelo menos 30 anos no país. 

Na verdade, Dona Corrupção está mais para uma pessoa altiva, ativa, ávida, esperta, de olhos e ouvidos abertos, mas que continua sendo seduzida pelos políticos e fazendo história no Brasil.

Em segundo lugar, Lula está sendo favorecido, além da falta de sintonia de seus adversários, também  por uma série de estratégias erradas dos seus opositores e pela insistência cega deles, e de Michel Temer, em nadarem contra a corrente.

Enquanto o governo Temer e seus aliados continuarem a dar braçadas na direção contrária aos interesses do povo, em algum momento irão se cansar. 

Inevitavelmente permanecerão favorecendo Lula e continuarão reforçando a imagem do petista como bom presidente e mantendo viva na memória do povo as ações favoráveis que ele realizou quando esteve no poder. 

Se permanecerem nadando contra a vontade popular, os adversários de Lula fatalmente morrerão na praia, sendo o ex-presidente candidato ou não.

Mais de 70% dos brasileiros são contra as reforma, revelaram as pesquisas Ipsos e DataFolha. Isso é um recado claro.

A população está dizendo que querer aprovar a todo custo e a toque de caixa reformas impopulares e desagregadoras é, no mínimo, falta de inteligência e atestado de inabilidade política. 

Apesar da forte desaprovação, a maioria dos brasileiros rejeita as reformas não porque elas são desnecessárias – precisam realmente serem feitas, até certo ponto - mas porque segregam, diminuem, aumentam a desigualdade, retiram direitos coletivos e conquistas sociais. 

Do jeito que estão sendo propostas, as reformas prejudicam a maioria, independente das pessoas estarem à direita ou à esquerda.

Por outro lado, os cidadãos que apoiaram o impeachment estão se sentindo traídos pelos políticos que se disseram contrários à corrupção e, vendendo-se como santos, provaram que no fundo não passam de impuros, tanto quanto aqueles que acusaram. Sequer eles cumpriram a mínima promessa de melhorar o país em poucos meses.

Em relação à situação política do Brasil, enquanto um cego continuar guiando outro cego, ambos cairão na cova de seu castelo de areia e seguirão sendo rejeitados nas estatísticas eleitorais, embora as pesquisas, em geral, representem apenas uma fotografia - muitas vezes em branco e preto - de um momento específico, ou indiquem uma tendência - que pode ou não se confirmar.

Contudo, quanto mais ruim para os opositores do ex-presidente e pior para a população, melhor para Lula que, tal e qual Madeira que cupim não rói,  até agora, enverga e não quebra, balança, mas não cai.