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É a gota d'água. Chegamos no limite. Não dá mais para segurar
Foto: Pixabay Public Domain
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Quando o filósofo
francês Voltaire escreveu que a dissimulação é virtude de reis e de camareiras,
cometeu uma injustiça. Ele esqueceu de incluir outras duas categorias em seu raciocínio: os políticos e os governantes.
Abraham
Lincoln quando tocou no assunto preferiu ser assertivo, invés de irônico.
Lincoln
foi além, ao afirmar que alguém pode enganar uma pessoa por muito tempo;
algumas por algum tempo; mas não pode enganar todas por todo o tempo.
Michel
Temer e Aécio Neves, por sua vez, podem ter optado por confirmar as máximas, colocando-as em prática:dissimularam até quando puderam. Ou até quando deixaram.
Surpresa
apenas para os que foram enganados - ou aceitaram ser; Confirmação do óbvio
para quem verdadeiramente conhece Temer e Aécio.
De
uma forma ou de outra, o fato é que ontem a máscara de homem público íntegro,
corajoso e competente que Temer usava - antes mesmo de ser nomeado presidente
promovido - pode ter sido arrancada a contragolpe, para o bem ou para o mal do Brasil.
Escândalo,
para os que sempre fizeram questão de não enxergar quem ele realmente é; O pior
do mesmo para os que não pouparam esforços em escancarar o risco que a nomeação
de Temer como presidente representaria para a segurança do Brasil.
Diante
do caos instaurado, uma coisa não se pode negar: todos - tanto os que têm
ouvidos, mas se fizeram de surdos, quanto os que têm olhos e acertadamente
enxergaram além - fomos exaustivamente alertados para o perigo do impeachment e
suas conseqüências desastrosas.
Apostou
que o impeachment era a negação da democracia quem teve bom senso, desacreditou na aposta quem não teve juízo. Deu no que deu.
Contudo,
em meio à indefinição em que nos encontramos, nos metemos - ou nos meteram - uma
coisa é certa: nunca tivemos em toda nossa história junto, e ao mesmo tempo, a
oportunidade mais propícia para reconstruirmos o Brasil e o momento mais
favorável para o jogarmos ladeira abaixo.
A gravidade
da situação, entretanto, exige coragem, atitude, sinceridade, consciência e, sobretudo,
serenidade, afinal de contas, tal e qual ladrão que espera a hora certa para
atacar, os velhos e novos dissimulados continuam a agir e não perdem um segundo
sequer de tempo.
Eles já
estão à espreita armados para nos assaltar com suas falsas promessas, seus
desmentidos oficiais, suas soluções infladas de ego e seus discursos infalivelmente
prontos.
A confirmação está nos vídeos postados pelos ministros de Temer e a postura vacilante de alguns
veículos de comunicação em reconhecer o óbvio e admitir que não dá mais.
A
questão já não é mais onde tudo isso vai dar, mas no que deixaremos que dê.
Não temos
mais que esperar a hora, temos que fazer acontecer.
Para
tanto é imprescindível não se deixar iludir pelos velhos e pelos novos
dissimulados, eles continuam a fazer escola.
O
momento exige que se tome as ruas e se resgate a democracia que foi roubada. Só
assim saberemos se conduziremos ou se continuaremos sendo conduzidos.
Basta!
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