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Eleições Diretas: O Brasil de volta para os brasileiros Foto: Paulo Pinto/AGPT - Fotos Públicas 29/05/2017 |
O dia seguinte de Michel Temer, após
as supostas denúncias de conivência com a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo
Cunha e com as ações ilícitas praticadas e sugeridas pelo executivo da JBS, deixou o presidente do país em suspensão e lançou a sorte do Brasil em um mar
revolto de incertezas.
O clima de complô,
conspiração, tentativa de golpe, acusações, faz que vai, mas não vai, daqui não
saio, daqui ninguém me tira, só aprofunda a situação de instabilidade
política, deflagra guerra entre os três poderes, deixa a população à deriva.
O resultado da
soma das denúncias que, no mínimo, comprometem seriamente Michel Temer e
reafirmam a relação promíscua entre o público e o privado, multiplica o ódio, diminui
as chances de retomada de crescimento, divide o país. É uma conta que não
fecha.
Sabemos que, na
visão torta dos maus políticos brasileiros e na concepção desumana do
capitalismo de compadres praticado largamente no Brasil, o povo é um mero
detalhe.
Porém, o mínimo
de respeito e decência, por mais que a população não signifique muito, ainda se
fazem necessários, até mesmo porque, ainda, é o voto dessa massa que é vista como insignificante que elege esse bando de inconseqüentes.
A saída de Michel
Temer do comando do país, seja por impeachment, cassação de chapa ou renúncia é
certo que não vai mudar muito a forma como economia é conduzida e o modo como
as reformas estão sendo impostas, mas é inevitável.
Qualquer um que venha substituir Temer por meio de uma das três possibilidades
que se apresentam terá que, obrigatoriamente, dar continuidade à agenda política
e econômica do atual presidente.
A maneira como uma provável substituição de Temer está sendo tratada faz com que a troca de presidente não dependa da decisão popular. É um pressuposto estabelecido por quem condicionou a
chegada Temer ao poder: o mercado.
Se Temer sair,
cair ou for derrubado, e a escolha de seu sucessor acontecer por via indireta, será
novamente o mercado quem vai determinar quem deve ser o presidente tampão. Basta
ver a lista de nomes que estão se cogitados.
As propostas de reforma
trabalhista e da Previdência do governo atual estão sendo claramente ditadas
pelo mercado.
Isso só ocorre porque
não foi o povo, por livre e espontânea vontade expressada através do voto, quem
colocou o atual presidente no comando do país. Foram os interesses financeiros.
Somente eleições gerais
e o voto popular, processos legitimamente democráticos, podem devolver a paz e a
serenidade ao país e condicionar as decisões políticas e econômicas que o novo presidente
irá tomar às necessidades e à vontade do povo.
Caso isso não
ocorra, um provável presidente eleito pelo Congresso também terá que se submeter
incondicionalmente às mesmas vontades do capitalismo de amigos praticado ininterruptamente
no país, tornando-se refém das exigências do mercado e de um sistema decadente.
Eleição direta,
mas do que nunca no Brasil, significa devolver ao brasileiro o direito que ele
sempre teve e que, em hipótese alguma, lhe deve ser negado: o poder de decidir
o que é melhor para ele e para o país.
Por mais que se
concorde ou se discorde que o brasileiro ultimamente fez escolhas erradas através
do voto, a decisão soberana e a responsabilidade pelas escolhas que ele fez, ou
que venha a fazer, deve ser inevitável e exclusivamente dele. Sempre.
Enquanto o poder
emanar do mercado e em nome dos interesses deles for exercido, dificilmente
teremos justiça social, igualdade de direitos e respeito integral no Brasil.
Portanto, a solução
para atual crise política do país é rápida, fácil e sem dor: basta que se
cumpra a Constituição quando ela diz claramente que todo poder emana do povo e
em seu nome deve ser exercido.
Simples assim.
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