![]() |
Tão surpreendente quanto decepcionante, os resultados das Eleições 2018 colocaram o Brasil em uma encruzilhada política. Foto: Pixabay.com |
Os resultados da eleição para
presidente da República colocaram o Brasil em uma nova encruzilhada política: a velha
polarização partidária entre PT e PSDB ruiu e deu lugar à radicalização ideológica
sem direito a terceira via.
Dia 28 de outubro
o brasileiro não tem saída: vai ter de decidir se vota a favor da democracia ou se elege o
autoritarismo.
A disputa entre Fernando
Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno abre espaço para forças inconciliáveis
que vão do extremismo político ao fundamentalismo religioso.
Na quebra de
braço entre a extrema direita e a esquerda inflamada, Fernando Haddad leva vantagem
sobre Jair Bolsonaro por conta de sua experiência administrativa e seu discurso
conciliador, mas pode ser prejudicado pela truculência contaminadora de Bolsonaro personificada na mitificação apaixonada e raivosa de seus ardorosos eleitores.
Por sua vez, não
ter ido para o segundo turno deixou Ciro Gomes, Geraldo Alckmin e Marina Silva visivelmente
decepcionados e literalmente abatidos.
A decepção de
Ciro, em particular, decorre do fato dele realmente quase ter chegado lá. Candidato por três vezes a presidente da
República, Ciro Gomes foi a terceira via que não se concretizou.
Ciro só não chegou lá porque no meio do caminho tinha Lula, tinha Lula no meio
do caminho.
O desprezo e a
admiração dos eleitores por Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula
da Silva impediram Ciro, Alckmin ou Marina de chegar no segundo turno.
Pelo lado de
Bolsonaro devido ao antipetismo fanático de seus seguidores.
Da parte de
Haddad por causa do eterno reconhecimento dos eleitores petistas pelas
conquistas alcançadas nos dois mandatos de Lula da Silva.
A gratidão dos eleitores menos favorecidos ao
ex-presidente foi a pedra de tropeço de Ciro Gomes da mesma forma que a
lealdade dos bolsonaristas e o incentivo ao antilulismo motivaram a desgraça de
Alckmin e Marina, propagadores do antipetismo.
A partir de hoje
começa uma nova eleição. A expectativa já aguça a imaginação dos brasileiros e
os eleitores já estão curiosos em descobrir para que lado a balança dos
partidos vai pender.
Espera-se que a enxurrada de fake news através das redes sociais e aplicativos de mensagens dê lugar à verdade e à informação com isenção e credibilidade.
Que a razão, o
bom senso e a sobriedade façam a diferença no segundo turno para o bem de todos
e a favor da democracia.
Contudo, nessa
briga de cachorro grande uma coisa é certa: não existe democracia autoritária
nem autoritarismo democrático.
0 comentários:
Postar um comentário
Política de moderação de comentários: A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro ou o jornalista responsável por blogs e/ou sites e portais de notícias, inclusive quanto a comentários. Portanto, o jornalista responsável por este Blog reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal e/ou familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.