Conhecido como o mês de pagar as contas, janeiro exige cautela, jogo de
cintura, organização e controle de gastos para manter as finanças em dia
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Janeiro, mês de colocar as contas em dia Foto: Pixabay.com |
Terminadas as festas de fim de ano, janeiro
chega com tudo e não está prosa. Cobranças e faturas pipocam de todos os lados:
cartão de crédito, IPVA, IPTU, material escolar.
Tradicionalmente conhecido como o mês de pagar as contas, janeiro já virou sinônimo de esvaziar o bolso, tentar colocar em dia as dívidas adquiridas em dezembro e se organizar para os débitos que virão nos meses seguintes.
Tradicionalmente conhecido como o mês de pagar as contas, janeiro já virou sinônimo de esvaziar o bolso, tentar colocar em dia as dívidas adquiridas em dezembro e se organizar para os débitos que virão nos meses seguintes.
Não bastassem as cobranças tradicionais da
época há também reajustes de preços de todos os tipos e porcentagens, uns acima,
outros na média, mas poucos abaixo da inflação.
No corre-corre para honrar o que foi
adquirido no final do ano anterior e assumir com folga e tranquilidade os
compromissos do novo ano, muitos consumidores se esquecem do principal: colocar
tudo na ponta do lápis e se organizar financeiramente, ou seja, fazer o famoso
orçamento doméstico.
Para diminuir o peso das novas dívidas que o
começo do ano exige, as palavras de ordem são pesquisar e pechinchar, pelo
menos em relação aos itens que, por força das circunstâncias, vão precisar ser
assumidos de imediato como material escolar e IPVA, mas que podem ser facilmente
negociados ou receberem bons descontos se forem pagos à vista.
ESTRATÉGIAS
Em todo o país a saída parece ser a mesma: apertar os cintos para manter as contas em dia.
ESTRATÉGIAS
Em todo o país a saída parece ser a mesma: apertar os cintos para manter as contas em dia.
Contudo, tratando-se de dívidas, a criatividade do brasileiro não tem limites, o óbvio nem sempre é unanimidade e cada um tem sua receita infalível.
Os pernambucanos não fogem à regra.
O estudante Vinicius, 23, vai na contramão de
muitos consumidores: utiliza o décimo terceiro salário para adquirir em janeiro
o que a maioria das pessoas costuma comprar em dezembro.
“Sempre comparo o que eu ganho com a relação custo e consumo e deixo tudo para o início do ano, assim aproveito as promoções que, nessa época, têm um preço melhor, e desse jeito consigo pagar à vista”, revela.
“Sempre comparo o que eu ganho com a relação custo e consumo e deixo tudo para o início do ano, assim aproveito as promoções que, nessa época, têm um preço melhor, e desse jeito consigo pagar à vista”, revela.
O empresário Marcelo, 49, e a vendedora autônoma
Maria José, 44, programam-se com antecedência fazendo reserva já no início de janeiro
de cada ano. “Dessa forma consigo ter em 12 meses o suficiente para pagar com
tranquilidade e sem surpresas tudo o que vem de uma vez só no começo do ano”, afirma
o empreendedor.
Maria Luíza, 64, aposentada, tenta, apesar
de ser difícil, estabelecer prioridades dando preferência para exigências
fiscais mais urgentes como os impostos e tributos.
Dependendo da disponibilidade financeira, Maria Luíza prefere pagar à vista para não precisar cair na cilada do cheque especial, "embora em relação às dívidas nenhum brasileiro consiga ficar totalmente seguro durante todo o ano”, reclama.
DICAS
Dependendo da disponibilidade financeira, Maria Luíza prefere pagar à vista para não precisar cair na cilada do cheque especial, "embora em relação às dívidas nenhum brasileiro consiga ficar totalmente seguro durante todo o ano”, reclama.
DICAS
Para Fernando Aquino, economista,
conselheiro do Cofecon (Conselho Federal de Economia) e membro da ABED (Associação
Brasileira de Economistas pela Democracia), a melhor forma de encarar os compromissos
financeiros assumidos no final de um ano e começo de outro é fazer um
orçamento, tanto para os meses desse ciclo quanto para alguns meses seguintes.
“É difícil aceitar e cumprir os valores orçados, mas ajuda muito a manter um certo equilíbrio”, afirma.
“É difícil aceitar e cumprir os valores orçados, mas ajuda muito a manter um certo equilíbrio”, afirma.
Segundo Aquino, parcelar dívidas é perigoso
já que compromete os meses subsequentes e permite gastar mais agora em troca de
gastar menos depois: “cada pessoa precisa avaliar, em cada gasto que pode parcelar,
se vale à pena, pois todos têm que adequar o seu padrão de vida aos recursos
que ganham”.
Do mesmo modo, tomar empréstimo também
implica em riscos. “O que sempre deve ser evitado é o cheque especial e outros
empréstimos com juros muito altos".
É sempre recomendado, quando se está pagando altos encargos e se tem a possibilidade de acesso a encargos financeiros menores, fazer uma troca dessas dívidas, aconselha Aquino.
É sempre recomendado, quando se está pagando altos encargos e se tem a possibilidade de acesso a encargos financeiros menores, fazer uma troca dessas dívidas, aconselha Aquino.
Em tempos de economia ainda desaquecida e números do desemprego e da inadimplência insistindo em permanecerem altos, cautela e canja de galinha ainda continuam não fazendo mal a ninguém.