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Foto: Pedro França/Agência Senado (24/03/2015) Fotos Públicas |
A divulgação
da lista de doações feitas por empresas e pessoas físicas a candidatos que hoje
ocupam Ministérios importantes no governo provisório de Michel Temer é a mais
pura demonstração de que o financiamento eleitoral privado permanece sendo a
moeda de troca mais valorizada pela classe política e que continua a agir
livremente no Brasil.
Segundo reportagem de
Raphael Kapa, dez dos 23 ministros escolhidos por Temer receberam doações de
pessoas jurídicas e físicas que têm interesse nas decisões que eles tomam em
seus cargos públicos.
O levantamento foi
feito pela Lupa, primeira agência de notícias do Brasil a checar, de forma
sistemática e contínua, o grau de veracidade das informações que circula no
país.
Os Ministérios dos
quais seus comandantes foram agraciados com doações em dinheiro, além de serem
estratégicos, também são responsáveis por decisões de interesse público, mas
têm se firmado como os preferidos pela iniciativa privada e pelos assaltantes
travestidos de altos executivos que agem em favor de si mesmos em nome do
capitalismo selvagem.
Dez Ministérios foram
institucionalizados como a porta de entrada de ações personalistas que
beneficiam, entre outros, empresas já investigadas pela Operação Lava Jato e
que têm tudo para continuarem a promover a corrupção sistemática e perversa em
curso no Brasil.
Corrupção falsamente
combatida pelos legalistas e por aqueles que tomaram de assalto o
poder político do país.
O discurso falso
moralista, anticorrupção e reformista do governo Temer, como se não fosse
suficiente ser semanalmente contradito pelas quedas de ministros de
“competência comprovada”, agora também é desmentido pela continuidade das
velhas práticas clientelistas e personalistas aplicadas em forma de assalto por
empresas ditas e consideradas idôneas, mas que há muito tempo não estão mais
acima de qualquer suspeita.
Não bastasse o
Congresso Nacional ser um território ocupado por lobistas profissionais
disfarçados de políticos, os Ministérios tornaram-se uma extensão do loteamento
que é a política nacional, financiada pela iniciativa privada, sempre pronta
para leiloar o Brasil.
Enquanto isso o país
continua travado à espera de que o governo interino saia da clandestinidade e assuma o motivo para o qual verdadeiramente veio: rifar o Brasil.