30 de dez. de 2019
29 de dez. de 2019
DÈJÁ-VU
![]() |
2019, O ANO DA (A)NORMALIDADE FOTO: PIXABAY.COM |
O ano de
2019 chega ao fim se notabilizado como mais um ano “(a)normal”, sem avanços significativos, mas agravado por normas paralisantes e conformistas. Muitas dessas normas risíveis, excludentes, inaceitáveis como naturais.
As expectativas altas dos otimistas - notadamente em relação a uma nova forma de governar - aos poucos
foram dando lugar às previsões, apesar de negativas, acertadas por parte dos realistas.
Realismo que não
significa necessariamente pessimismo ou ausência de fé, mas que pode ser
entendido como uma espécie de otimismo que não abre mão do benefício da dúvida nem nega a História e o princípio de realidade.
O fato é que o Brasil, que nos
últimos dois anos patinou com a instabilidade política e econômica, hoje segue sua
“normalidade” sem rumo, sem sequer ter um esboço de projeto de país e que, na maioria das decisões, continua repetindo um passado
desastroso.
Evoluímos da estagnação
econômica para o caminhar sem direção. Ou seja, permanecemos reféns das expectativas,
andando em círculo e, para nosso azar, em 2019, limitados pelo conformismo e anestesiados
pelos fundamentalismos.
No campo político, com raras
exceções, parlamentares, mandatários e afins continuaram a jogar o jogo jogado.
No plano econômico, o mercado seguiu ditando as regras.
Nesse sentido, já disse e
repito: quem aprovou a tão “indispensável e urgente reforma da Previdência” foi
o mercado financeiro e não os “ilustres” senadores e deputados.
Lamento, meu caro, mas, se
você ainda não sabe ou não quer enxergar, o poder econômico segue firme, forte
e, mais do que nunca, condicionando o poder político no Brasil.
No enredo dessa nova velha
história cheia de vários protagonistas, em
que o desfecho é tão surpreendente quanto último capítulo de novela, o bandido
nem sempre morre no final.
Aliás, hoje ficou mais difícil
identificar imediatamente quem são os bandidos em meio a esse saco de gatos.
Se ontem os bandidos eram
facilmente identificáveis até de olhos fechados, hoje, apesar de continuarem
sendo tão bandidos quanto antes, agem de forma mais ardilosa e subterrânea que enganam sem dificuldades o mais
cristão dos cristãos.
Os bandidos de hoje pagam de
mocinhos, encarnam o bom cristão, atuam em nome da Lei, apesar de serem
altamente letais.
Não poupam bravatas, falam e agem falsamente em
nome do Senhor. Caminhando a passos largos, vão arrebatando legiões de
fundamentalistas que, por sua vez, não têm - ou não querem ter - entendimento nem vontade.
Final dos tempos, irmãos.
Nesse cenário caótico, irresponsável,
limitante e preconceituoso o que resta, por enquanto, é a História.
Que a História, por si só ou
por seus conteúdos, ainda que parecidos ou repetidos, não analisada como
um déjà-vu, mas possa ser urgentemente compreendida pelos seus verdadeiros
significados, positivos e negativos.
Em 2020 não nos enganemos a
nós mesmos nem deixemos que continuem a nos enganar ou nos façam aceitar o inadmissível
como algo normal.
Que o novo ano seja verdadeiramente
novo e, como disse o atualíssimo, mas nem sempre normal, William Shakespeare, que
as pessoas sejam o que parecem.
Feliz 2020!
11 de abr. de 2019
15 de nov. de 2018
DEMOCRACIA: SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO
![]() |
Democracia representativa é vista com
negatividade e insatisfação
Foto: Pixabay.com
|
A
eleição
democrática através do voto e a identificação partidária estão em baixa no
mundo, segundo estudo realizado pelo Pew Research Center, instituição norte-americana
que realiza estudos estatísticos que influenciam a sociedade e atuam sobre a
tomada de decisões políticas.
O levantamento
foi realizado em 35 países e apontou que em média 26% das nações não se
identificam com nenhum partido político enquanto que 17% se opõem à democracia
representativa.
Segundo o estudo,
a baixa filiação política ou adesão partidária têm contribuído para uma visão
desfavorável da democracia.
A América Latina
lidera e é a região que possui a maior rejeição à democracia efetivada através do
voto direto (33%) e onde a maioria da população (51%) não apóia nenhum partido
político.
O Chile foi o
país que registrou o maior índice de rejeição aos partidos políticos (78%) enquanto
que na Índia apenas 2% da nação não se identificam com nenhuma agremiação
partidária.
Brasil (33%) e
Peru (32%) são países em que o olhar sobre a representação democrática através
do voto é negativo, sendo que 60% da população não apóia nenhum partido
político, segundo o Pew Research.
Esses dados
confirmam levantamento realizado pelo Américas Barometer em 17 nações
latino-americanas. O estudo registrou que, em média, apenas 41% dos cidadãos
confiam nas eleições realizadas em seus paises e 67% crêem que mais da metade
ou todos os políticos são corruptos.
No Oriente Médio
e Norte da África as visões sobre a democracia e a necessidade de adesão
política variam.
Em média 16% dessas
regiões são desfavorecidas, sendo que na Jordânia 36% da população acredita que
a democracia é uma maneira ruim de se governar o país.
Nos países em que
a adesão partidária é maior, as opiniões sobre a democracia representativa é
mais positiva.
É o caso de
Europa, Israel e Índia, sendo que 98% dos indianos e 97% dos israelenses são
politicamente filiados. Nesses países, a opinião negativa da população sobre a
democracia registrou um índice de 9% em média.
O estudo não
apontou soluções para os problemas identificados, mas, como para um bom
entendedor meia palavra basta, os políticos sabem que precisam urgentemente abrir
mão de seus interesses pessoais.
Têm de parar de
fazer da democracia um trampolim para chegarem ao auge do poder e deixar de se
comportarem como predadores lutando para se firmarem no topo da cadeia
alimentar.
Caso isso não
ocorra, a democracia vai estar sempre ameaçada, em risco ou à espera de algum
aventureiro que a resgate da torre e a tome para si.
Gente se achando
o suprassumo da Quintessência e usurpadores de plantão é o que não falta.
O Brasil que o
diga.
11 de nov. de 2018
SEPARAÇÃO À VISTA
![]() |
|
Um encontro semana
passada entre Alckmin e Doria não só afastou qualquer possibilidade de
reunificação como também fortaleceu a ideia dos derrotados criarem um novo
partido que resgate a originalidade do PSDB.
Conversas de bastidor indicam que tucanos descontentes e candidatos de outras legendas derrotadas no último pleito já estão articulando a criação do novo partido, a
princípio também de orientação social democrata.
Os descontentes não descartam a possibilidade de agregar no possível novo partido ideologias distintas que vão desde a do apresentador Luciano Huck a de Aldo Rebelo, ex-ministro de Lula e Dilma, segundo o jornal Valor Econômico.
Os descontentes não descartam a possibilidade de agregar no possível novo partido ideologias distintas que vão desde a do apresentador Luciano Huck a de Aldo Rebelo, ex-ministro de Lula e Dilma, segundo o jornal Valor Econômico.
Enquanto os
tucanos derrotados internamente e externamente silenciam, a crise de
infidelidade só aumenta e fortalece Doria que, mesmo não tendo a presidência do
partido, age e atua com total liberalidade em relação aos ainda ministros de Michel Temer.
Apesar de tudo ainda
há quem insista em não arredar pé nem abrir mão da legenda, como o ex-governador
Alberto Goldman que jura de pés juntos que a ideia de separação é uma falácia, mas
não nega haver um desconforto renitente provocado pelo refluxo da crise de
infidelidade.
Por mais que
peessedebistas históricos teimem em não aceitar, o PSDB original já era. A separação já não é mais um risco possível, mas uma realidade que salta a olhos nus.
Em meio a dúvidas,
ditos e desmentidos, a única certeza é que sob o reinado de Doria o lema do
partido não só está decidido, mas decretado e sacramentado: PSDB, ame-o ou deixe-o.
Resta saber se ainda há chance da separação ser litigiosa ou se os tucanos também terão que brigar pelos despojos da batalha.
Resta saber se ainda há chance da separação ser litigiosa ou se os tucanos também terão que brigar pelos despojos da batalha.
6 de nov. de 2018
28 de out. de 2018
MARCHA À RÉ
![]() |
É preciso estar atento e forte.
Foto: Arquivo Nacional
|
A democracia, combalida e agonizante
desde o impeachment fabricado em 2016, recebeu hoje seu tiro de misericórdia:
Jair Bolsonaro, deputado federal extremista e militar autoritário reformado,
foi eleito o 42º presidente do Brasil.
Após uma eleição
marcada pela mentira, pelo ódio assumidamente declarado e pelo fanatismo
religioso, a maioria dos eleitores brasileiros decidiu eleger um projeto
autoritário que beira às vias do absurdo, apesar da afronta escancarada às instituições consolidadas do país e da promessa de extermínio de opositores apoiada pelos algozes da democracia.
Absurdo que despertou
extintos selvagens, resultou em assassinatos e estendeu o medo aos limites dos
terrorismo psicológico, tal e qual aquela época sombria de nossa história, a ditadura militar.
Mesmo muitos dizendo que os tempos são
outros e o presidente eleito posando de conciliador é preciso estar atento e forte, não se deixar enganar: os personagens, os atores, as
circunstâncias dadas e os métodos de atuação continuam idênticos aos dos anos de chumbo.
Apesar do
resultado catastrófico, um alento: a eleição foi decidida pelo voto. Espera-se
que as próximas não sejam decididas pela guerra civil nem com a morte de
inocentes, como já pregou o agora presidente eleito.
Ao contrário do que alguns afirmam, a maioria dos eleitores não reprovou a corrupção que dizem ter sido inventada e propagada pelo PT. Na verdade eles elegeram o projeto mentiroso, odioso, autoritário, odiento e excludente de Jair Bolsonaro. Uma hora vão cair na real.
Ao contrário do que alguns afirmam, a maioria dos eleitores não reprovou a corrupção que dizem ter sido inventada e propagada pelo PT. Na verdade eles elegeram o projeto mentiroso, odioso, autoritário, odiento e excludente de Jair Bolsonaro. Uma hora vão cair na real.
Acima de tudo, de
todos e da decepção evidente uma coisa permanecerá certa: não existe liberdade
relativizada nem democracia autoritária.
Ou a liberdade e a democracia são absolutas ou não há uma nem a outra.
Ou a liberdade e a democracia são absolutas ou não há uma nem a outra.
Apesar da eleição do Elenão e das
cinzas da derrota, a chama da esperança continua acesa, os sonhos dos valentes
mais intenso, sempre vivos para, a qualquer momento, ressuscitarem a democracia.
7 de out. de 2018
ENCRUZILHADA POLÍTICA
![]() |
Tão surpreendente quanto decepcionante, os resultados das Eleições 2018 colocaram o Brasil em uma encruzilhada política. Foto: Pixabay.com |
Os resultados da eleição para
presidente da República colocaram o Brasil em uma nova encruzilhada política: a velha
polarização partidária entre PT e PSDB ruiu e deu lugar à radicalização ideológica
sem direito a terceira via.
Dia 28 de outubro
o brasileiro não tem saída: vai ter de decidir se vota a favor da democracia ou se elege o
autoritarismo.
A disputa entre Fernando
Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno abre espaço para forças inconciliáveis
que vão do extremismo político ao fundamentalismo religioso.
Na quebra de
braço entre a extrema direita e a esquerda inflamada, Fernando Haddad leva vantagem
sobre Jair Bolsonaro por conta de sua experiência administrativa e seu discurso
conciliador, mas pode ser prejudicado pela truculência contaminadora de Bolsonaro personificada na mitificação apaixonada e raivosa de seus ardorosos eleitores.
Por sua vez, não
ter ido para o segundo turno deixou Ciro Gomes, Geraldo Alckmin e Marina Silva visivelmente
decepcionados e literalmente abatidos.
A decepção de
Ciro, em particular, decorre do fato dele realmente quase ter chegado lá. Candidato por três vezes a presidente da
República, Ciro Gomes foi a terceira via que não se concretizou.
Ciro só não chegou lá porque no meio do caminho tinha Lula, tinha Lula no meio
do caminho.
O desprezo e a
admiração dos eleitores por Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula
da Silva impediram Ciro, Alckmin ou Marina de chegar no segundo turno.
Pelo lado de
Bolsonaro devido ao antipetismo fanático de seus seguidores.
Da parte de
Haddad por causa do eterno reconhecimento dos eleitores petistas pelas
conquistas alcançadas nos dois mandatos de Lula da Silva.
A gratidão dos eleitores menos favorecidos ao
ex-presidente foi a pedra de tropeço de Ciro Gomes da mesma forma que a
lealdade dos bolsonaristas e o incentivo ao antilulismo motivaram a desgraça de
Alckmin e Marina, propagadores do antipetismo.
A partir de hoje
começa uma nova eleição. A expectativa já aguça a imaginação dos brasileiros e
os eleitores já estão curiosos em descobrir para que lado a balança dos
partidos vai pender.
Espera-se que a enxurrada de fake news através das redes sociais e aplicativos de mensagens dê lugar à verdade e à informação com isenção e credibilidade.
Que a razão, o
bom senso e a sobriedade façam a diferença no segundo turno para o bem de todos
e a favor da democracia.
Contudo, nessa
briga de cachorro grande uma coisa é certa: não existe democracia autoritária
nem autoritarismo democrático.
4 de out. de 2018
DEMOCRACIA SIM, #ELENÃO
A desinformação, o apego dos candidatos ao ego e a confiança de alguns eleitores em quem só mostra a verdade que interessa e favorece os que se acham poderosos alimentam o risco de levarmos o Brasil a um retrocesso histórico, exatamente 30 anos depois
de vermos aprovado aquele que é reconhecido mundialmente como um dos
melhores, mais justos e mais democráticos conjunto de leis de todos os tempos: a Constituição Cidadã de 1988.
Às vésperas da eleição mais importante desde a redemocratização
do país é grande o numero de eleitores brasileiros que, dominados pelo desejo de vingança
ou atrelados à vontade indomável dos que querem fazer “justiça”, não conseguem enxergar
suas próprias contradições.
Vociferam que vão votar no candidato Jair Bolsonaro porque consideram que ele é sinônimo
de ética, mensageiro e defensor de valores cristãos, aquele que vai acabar com a degradação moral e pôr fim à corrupção, tal e qual Fernando Collor de Mello que prometeu que iria derrotar a inflação em um só golpe de judô quando foi eleito em 1990 para renunciar dois anos depois.
Entretanto, esses eleitores não conseguem – ou não querem enxergar – que esse mesmo candidato é o avesso do que eles querem, pensam e acreditam.
Um político que por várias vezes fez – e ainda faz – declarações públicas maldosas ou toma atitudes extremas contrárias a todos os valores que qualquer ser humano se sente honrado ter e praticar, e que Bolsonaro tem prazer sádico em demonstrar que na verdade parece não possuir.
Entretanto, esses eleitores não conseguem – ou não querem enxergar – que esse mesmo candidato é o avesso do que eles querem, pensam e acreditam.
Um político que por várias vezes fez – e ainda faz – declarações públicas maldosas ou toma atitudes extremas contrárias a todos os valores que qualquer ser humano se sente honrado ter e praticar, e que Bolsonaro tem prazer sádico em demonstrar que na verdade parece não possuir.
Por outro lado, o comportamento inadequado, feroz, errático, de conseqüências
maléficas, que induz ao erro e às interpretações equivocadas tem cegado a
maioria dos postulantes à presidência da República, ecoando também na mente e
no coração dos eleitores, conforme mostram as pesquisas eleitorais.
Apegado a um desejo muito mais pessoal do que à vontade sincera de
querer mudar a realidade do país tem muito candidato se deixando levar e
dominar pela inconsciência irracional do ego.
No fundo o que estão fazendo é também contribuir para que o Brasil
retroceda 54 anos em 4.
Alguns desses candidatos e eleitores, inclusive, viveram, foram testemunhas ou vítimas diretas ou indiretas das
atrocidades de uma época que resultou em um dos maiores erros brutais de nossa história: o golpe de 1964, a ditadura militar.
Contudo, queiramos ou não, os projetos políticos dos 13 candidatos nas Eleições 2018 estão postos. Eles são claros e diferentes, tanto
quanto são quem os propõe e os defende.
De um lado tem-se um projeto que reintegra a dignidade aos brasileiros. Do
outro, propostas que acentuam o ódio, o desrespeito, a desigualdade, o
preconceito, a discriminação, a criminalização dos mais pobres, o retrocesso
político, jurídico e institucional, a revogação dos direitos sociais conquistados
com muito suor, sangue e lágrimas.
A partir da constatação dolorosa dessa nossa triste realidade, uma pergunta não quer calar: de que lado você vai estar? De quem quer resgatar a democracia e devolver o
poder para o povo brasileiro ou de quem sataniza tudo e a todos, ressuscitando
o desrespeito e fazendo valer o fascismo e a imposição?
Seja qual for sua resposta, acredite: você não vota apenas para escolher que vai lhe representar, vota também em quem você se espelha e se identifica.
Democracia sim, #Elenão. Simples assim.
Democracia sim, #Elenão. Simples assim.
30 de set. de 2018
DIVA NACIONAL
![]() |
Voz rouca e marcante, Angela Maria foi referência e inspiração para várias cantoras. Foto: Arquivo/Estadão Contéudo |
A voz rouca e marcante de Angela
Maria, ícone e inspiração para várias gerações de cantoras, silenciou ontem à
noite, aos 89 anos, depois de 34 dias de internação em um hospital da capital
paulista.
Presença marcante
nos palcos brasileiros por mais de sete décadas seguidas, a Sapoti, apelido dado por
Getúlio Vargas por conta da voz doce e do tom de sua pele, eternizou-se como uma das grandes Rainhas do Rádio.
Vinda de família
protestante – o pai era pastor de uma igreja Batista – a fluminense de Macaé, Abelim Maria da Cunha,
seu nome de batismo, foi tecelã e inspetora de lâmpadas antes de despontar para
o sucesso em 1947, através do rádio.
Dos sambas-canção,
passando pelas músicas românticas e de dor cotovelo, Angela conseguiu manter-se
ativa e bem sucedida como cantora e intérprete. Dias antes de ser internada, continuava
lotando casas de shows em todo o país.
Junto com Cauby
Peixoto, amigo e parceiro de palcos, teve uma das carreiras mais admiradas, reconhecidas e
longevas de todos os tempos.
Diva Nacional, Angela
Maria sai de cena vitoriosa, pronta e iluminada para cantar na eternidade.
RIP, Angela Maria!
RIP, Angela Maria!
Assinar:
Postagens (Atom)