10 de out. de 2017

EM QUEDA LIVRE

DORIA, ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL, PREFEITURA DE SÃO PAULO, POLÍTICA, BRASIL
Índices de aprovação de João Dória caem e aumenta a sensação de abandono da cidade de São Paulo
Foto: Pixabay.com


A resposta à administração ausente de João Doria no comando de São Paulo não poderia ser diferente: veio de dentro de sua própria casa. Os paulistanos parecem ter acordado e começaram a decretar o fim de uma lua de mel mal curtida.

O descontentamento com o governo doriano aumentou juntamente com a sensação de abandono da cidade, segundo pesquisa DataFolha. 

Se os índices de ruim e péssimo (39%) forem somados aos de regular (31%) a desaprovação do prefeito tucano chega a 70%.

Atualmente, Doria, que segundo seus opositores, está mais para caixeiro viajante do que para prefeito da maior cidade da América Latina, em sua atuação como prefeito tem vendido São Paulo a toque de caixa.

O santo de casa João Doria confirmou o dito popular: não está fazendo milagres. Nem mesmo os que prometeu.

A cidade de São Paulo não está só abandonada, mas parada mesmo. De tão travada e sem atitude que se tornou, a administração Doria não se compara e passa longe de ser igual ou melhor do que a anterior.

Programas sociais continuados por Fernando Haddad foram reduzidos, como a distribuição gratuita de leite, uniformes e transporte para crianças.

Alguns projetos que também funcionaram bem na administração de Haddad foram eliminados, como os das extintas secretarias de Políticas para as Mulheres e a de Promoção e Igualdade Racial.

Outros tantos correm diariamente sério risco de serem banidos, principalmente nas periferias paulistanas.

Tudo isso sem falar na redução drástica de verbas para as áreas da saúde, educação e cultura e na sanha desmedida do prefeito por privatizar tudo o que pode, inclusive o que dá lucro para a cidade.

São Paulo, a locomotiva do Brasil, tem andado na velocidade de lesma dos trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

Ações incorretas, midiáticas, fora de lugar e de contexto têm sido a marca de uma administração focada mais no marketing pessoal e na autopromoção política e menos nos interesses dos paulistanos.

Doria como gestor tem-se notabilizado como um político mediano, e vice-versa.

Ao largar São Paulo nas mãos da sorte e do azar, João Doria, que quer fazer da administração da cidade um trampolim para a presidência da República, se tornou o mau zelador de uma cidade abandonada por ele mesmo.

Restaram-lhe poucas alternativas: ou João Doria muda de estratégia e reassume o cargo que abandonou ou vai ser atropelado por sua ambição desmedida e acabará sufocado por seu ego inflado.

São Paulo, por si só, não pára. Nem perdoa.

Fica esperto, Brasil.

4 de ago. de 2017

PÉROLA RARA

LUIZ MELODIA, PÉROLA NEGRA, NEGRO GATO, MPB, MORRO DE SÃO CARLOS, ESTÁCIO, NEGRO GATO, MELODIA.
Luiz Melodia, O Pérola Negra, morreu aos 66 anos.
Foto: Divulgação

A MPB perdeu mais uma joia rara de sua coroa na madrugada dessa sexta-feira. Luiz Melodia, o Pérola Negra, partiu aos 66 anos, vítima de complicações decorrentes de um câncer, deixando uma história repleta de música e simpatia.

Carioquíssimo da gema, Melodia, que tinha como nome de batismo Luiz Carlos dos Santos, nasceu no morro de São Carlos, no Estácio.

Adotou o sobrenome artístico do pai, Oswaldo Melodia, funcionário público e músico amador boêmio do Estácio, um dos berços do samba carioca. 

A partir do Estácio, Melodia espalhou para todo o Brasil sua luminosidade através da voz suave empregada em grandes sucessos.

Tímido e de comportamento reservado, o supercarioca Luiz Melodia trazia a música impregnada no nome e na vida. Preferia cantar do que falar.

Era conhecido e admirado pelos amigos por sua simplicidade e singeleza, características que soube valorizar e utilizar com reconhecimento em todas as músicas que cantou e gravou.

Melodia, que quando jovem queria ser jogador de futebol, deixou de lado o sonho de ser ponta-direita do Vasco para se tornar um craque da MPB.

Ótima troca para ele e para nós que poderemos, todas as vezes que quisermos, nos alegrar com sua gentileza impregnada no seu Swing, na poesia singular de suas canções, na sua voz suave e gostosa de se ouvir.


RIP, Luiz Melodia!


3 de ago. de 2017

À MODA DA CASA

TEMER, JULGAMENTO DE TEMER, CONGRESSO NACIONAL, STF, BRASIL EM CRISE, POLÍTICA, PIZZA, À MODA DA CASA, FORNALHA, INFERNO, PURGATÓRIO.
Apesar de o primeiro round ter acabado em pizza, o mandato de Temer, e ele mesmo, continuam ardendo na fornalha.

Foto: Pixabay Public Domain
Sob as bençãos da maioria de votos necessários e da inércia de um povo que só se manifesta nas pesquisas, Michel Temer conseguiu escapar do inferno de ser julgado pelo STF, embora ainda vá ter que suar no calor da caldeirinha.

Faltaram empenho e vontade da população, disposição e disponibilidade dos opositores em convencer o país, a turma do vale tudo e eles mesmos da necessidade e da urgência de se inviabilizar um presidente que negociou sua absolvição à custa do dinheiro público e de relações promíscuas com seus aliados.

No atacado e no varejo, em plena luz do dia e não mais na penumbra do Jaburu, a olhos nus e ouvidos atentos, em alto e bom som e não aos cochichos e sussurros palacianos, Temer comprou sua salvação, conseguiu intento e segue rifando o Brasil.

Contudo, não sai, como esperava, tão fortalecido para o próximo combate em vias de ser anunciado por Rodrigo Janot.

Ficou claro que alguns Judas se arrependeram no meio do caminho. Porém, dificilmente devolverão as moedas com as quais foram comprados. Falta-lhes a consciência de cidadão, abunda-lhes a fraqueza de caráter.

Que no próximo round o povo se sinta encorajado e seja mais estimulado para que, a partir da gravidade das novas denúncias e da firmeza de quem realmente deseja ter de volta seu país, o resultado não acabe em pizza e o juízo final ocorra sem direito a repeteco nem misericórdia.

26 de jul. de 2017

ETERNA MADRE

EVITA, MARÍA EVA DUARTE, EVA PERÓN, ARGENTINA, MÃE DOS POBRES E DESCAMISADOS, JUAN DOMINGO PERÓN, PARTIDO FEMININO PERONISTA.
 María Eva Duarte, Evita, continua viva na memória dos argentinos 65 anos após ter morrido.
Foto: Reprodução


Eram 20h45 daquele sábado, 26 de julho de 1952, quando as emissoras de rádio locais anunciaram que María Eva Duarte, aos 33 anos de idade, saía da vida para ser eternizada na memória e no coração do povo argentino como uma das maiores e mais influentes personalidades políticas de todos os tempos.

Evita, após ter sido derrotada por um câncer diagnosticado alguns anos antes, mas tratado de forma insuficiente, a partir daquela data passou a integrar o imaginário afetivo e histórico de uma imensa massa de argentinos.

Imediatamente após sua morte, as ruas de Buenos Aires viraram o centro da peregrinação de milhares de cidadãos órfãos daquela que fora considerada por muitos mãe, amiga, estadista e líder política.

Muitos descamisados – era assim que Evita chamava os pobres - se comportaram como se o país inteiro tivesse apenas uma única cidade e um só destino: Buenos Aires.

Durante duas semanas, mulheres, homens, idosos e crianças velaram e choraram a morte da “Madre de los pobres y descamisados.”

Entretanto, 14 dias foram insuficientes para apagar a dor e serenar os corações dos argentinos, tanto que o corpo de Evita foi embalsamado e ficou exposto à visitação pública durante pelo menos dois anos.

Em 1955, o corpo de Evita foi roubado e enterrado na Itália para, somente mais de 20 anos depois, encontrar sepultura definitiva na Argentina.

Tamanha comoção, dor e reverência dos descamisados argentinos foi justificada pelo fato de Evita Perón ter sido considerada a maior figura púbica feminina a dedicar seu carisma, sua influência política e sua persistência em solidariedade ao povo e às questões sociais dele.

Vida difícil, ascensão meteórica

Filha de um relacionamento extraconjugal entre uma costureira e um grande fazendeiro, mal querida pelos meio-irmãos, Evita aprendeu desde criança a conviver com sentimentos opostos e a superar adversidades.

Aos 15 anos de idade mudou-se sozinha para Buenos Aires em busca do sucesso como atriz, mas nunca obteve reconhecimento considerável da classe artística nem da crítica, apesar de ter feito participações em filmes, atuado em radionovelas e incursionado pelo teatro.

Em 1944, ao conhecer Juan Domingo Perón, 24 anos mais velho do que ela, Evita, que quando adolescente afirmara que só se casaria com um príncipe ou um presidente, conseguiu realizar seu segundo sonho e viver seu melhor papel: o de primeira-dama estadista.

Não poupou esforços para efetivar sua união com Perón a ponto de falsificar os documentos e mudar seu nome de Eva María Ibarguren para María Eva Duarte.

Apesar de ter atuado em defesa dos argentinos menos favorecidos e ter ajudado a devolver a dignidade a muitos cidadãos construindo escolas, hospitais, lares para mães solteiras, asilos para idosos, distribuído alimentos e roupas através da Fundação Eva Perón, Evita dividiu a opinião dos militantes da esquerda e da direita argentina.

Mesmo tendo criado o Partido Peronista Feminino e atuado para que o voto das mulheres passasse a ser considerado um direito em 1947, Eva Perón não foi aclamada pela esquerda da Argentina como uma militante, chegando a ser chamada de assistencialista e acusada de populista por seus adversários.

Atriz, estadista, política, mulher destemida e de ascensão rápida e passagem meteórica pela vida, Evita, a menina decidida e líder de braços sempre abertos para os mais necessitados, ainda continua sendo lembrada tanto pelo o que fez como pessoa pública quanto pelo que provocou na história da Argentina e dos que ainda reconhecem nela a representação marcante e intensa de seu povo.
 
Hoje, passados 65 anos após sua partida, Evita ainda está viva na memória de seu povo como sempre sonhou. Segue sendo amada e reverenciada além morte. Permanece como um mito ainda não substituído no ideário político e afetuoso de milhares de argentinos .

FRASES

“Onde há uma necessidade, nasce um direito.”

“Eu não queria nem quero nada para mim. A Minha glória é e será sempre Perón, escudo e bandeira do meu povo. E, enquanto na estrada deixar pedaços da minha vida, sei que você recolhe meu nome e carrega a bandeira para a vitória.”

“Como mulher sinto a ternura das pessoas de onde eu vim.”

“É chegada a hora da mulher que compartilha uma causa pública e a hora da morte da mulher com valor numérico e inerte dentro da sociedade.”

“De nada valeria um movimento feminino em um mundo sem justiça social.”

“Se este povo me pedisse a vida, daria cantando, porque a felicidade de um descamisado vale mais do que toda minha vida.”

“A pátria não é patrimônio de nenhuma força. A pátria é o povo e nada pode se sobrepor ao povo sem que corram perigo a liberdade e a justiça.”

“Nossa pátria não será mais uma colônia ou a bandeira tremulará sob suas ruínas.”


“Ninguém, senão o meu povo me chama de Evita. Quando escolhi ser Evita, escolhi o caminho do meu povo.”


21 de jul. de 2017

NA PONTA DO DEDO

APLICATIVOS BANCÁRIOS, INTERNAUTAS, BANCO DIGITAL, BANCO NA PONTA DOS DEDOS, TRANSAÇÕES BANCÁRIAS, APP.
Aplicativos de bancos já são usados por 79% dos internautas, aponta estudo.
Foto: Pixabay.com


Pesquisa trimestral online realizada em junho desse ano pelo CONECTAi Express, plataforma  web do IBOPE Inteligência, revelou que 79% dos 2.000 internautas entrevistados utilizam pelo menos um aplicativo de banco para fazer transações.

O estudo ratifica o pensamento em relação à  facilidade que os aplicativos bancários oferecem exatamente pela possibilidade que têm de permitirem o acesso à conta corrente para a realização de transações a qualquer hora do dia e em qualquer lugar.

Entretanto, a pesquisa apontou que apenas 1/3 dos entrevistados usam a ferramenta somente para consulta. Muitos ainda preferem ir diretamente à agência ou utilizar o internet banking e caixas eletrônicos para realizarem suas operações. 



Pagamentos, transferências e recargas de celular são as principais operações realizadas pelos 2/3 dos entrevistados que fazem consultas e transações via app.




Os aplicativos da Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil são os mais utilizados, segundo o estudo.






27 de jun. de 2017

POÇO SEM FUNDO

DIRETAS JÁ, CRISE, TEMER, JANOT, PGR, POÇO SEM FUNDO, EXECUTIVO, LEGISLATIVO, JUDICIÁRIO, TRÊS PODERES, BRASIL, RENÚNCIA
O Brasil está prestes a entrar em um poço sem fundo e dificilmente voltará do exílio
Foto: Pixabay Public Domain
A quebra de braço entre os três poderes está prestes a alcançar seu ponto máximo nos próximos meses. A denúncia da Procuradoria Geral da República contra Michel Temer confirmou as ações ilícitas do presidente.

A decisão da PGR não só ratifica a desarmonia entre Executivo, o Legislativo e o Judiciário como também torna mais improvável uma solução pacífica para crise ética, política, econômica e institucional vivida pelo Brasil.

Aliás, o país é o que menos importa no emaranhado de denúncias, suspeitas, intrigas, verdades e mentiras enredadas pelos egos inflados de orgulho e alimentados pela desonra protagonizada pelos três lados envolvidos.

Qualquer um dos três poderes que não pecou que atire a primeira pedra. Nenhum o fará, decerto. Todos estão iguais em desgraça para o azar do país.

Que se dane o Brasil. Às favas o povo brasileiro.

O que importa de fato, em nome de uma governabilidade de compadres, é a manutenção de um modelo político sujo, corrompido, corroído, desgastado por sua própria ineficiência e refém de um sistema econômico decadente que beira o colapso de tão brutal e ineficiente que se tornou.

A podridão e o nível de envolvimento que abraça a todos os encurralados retiram de cada um deles a condição de saber quem diz realmente a verdade, impossibilita-os até mesmo de fazerem uso da dignidade que, de tão curta e distante, não lhes cabe mais.

O buraco em que se meteram - e enfiaram junto o país – está tão baixo que já se tornou subterrâneo.

A única saída possível é devolver o Brasil para os brasileiros através de eleições diretas, já que o presidente nomeado se recusa a adotar a solução, por enquanto, ainda digna.

Temer se recusa a renunciar sob o argumento de que estaria confessando sua culpa.

Insiste em se comportar como se não tivesse errado, age como quem pensa que há algum brasileiro que realmente acredita em sua inocência ou como quem está protegido pelos segredos que sabe de seus iguais.

Ou as eleições diretas são antecipadas ou sequer chegaremos ao fundo do poço, já que o poço não terá mais fundo.

Caso a decisão democrática não seja adotada, o Brasil demorará a sair da enrascada em que o meteram e tardiamente voltará do exílio.

1 de jun. de 2017

OVERDOSE MUSICAL

Sargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band, Beatles, Quarteto de Liverpool, Paul Mccartney, John Lennon, George Harrison,  Ringo Star, Peter Blake, Jann Harworth, Chris Backer,
Sargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band ainda é o LP mais emblemático da história do Rock
Foto: Reprodução
NO dia 1º de Junho de 1967 os olhos e os ouvidos dos amantes da música se voltaram atentos para os Estados Unidos. A data marcou o lançamento do legendário Sargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band pelos Beatles.

Meio século depois, o disco ainda continua sendo celebrado como um dos maiores e mais emblemáticos álbuns do quarteto de Liverpool e da história do Rock.

O Sargent Pepper’s foi sucesso de vendas e confirmou o Beatles como a banda de rock mais influente de todos os tempos.

O vinil também alcançou pioneirismo ao incorporar uma capa dupla com as letras completas de suas 13 faixas

O LP histórico reuniu talento, criatividade artística e engenharia sonora em um experimento que, a principio parecia conceitual, mas que se tornou um dos produtos artísticos mais populares, ricos e inovadores ao longo dos anos.

O disco junta e mistura com bom gosto, humor, ousadia, estilos musicais e artísticos diversos que vão do circo à música clássica em uma viagem exuberantemente psicodélica de sons, cores e sentidos que resultaram em um tremendo sucesso de venda, público e crítica.

O Sargent Pepper’s surgiu em um momento delicado da carreira dos Beatles, logo após a banda ter realizado uma série de turnês em que, da mesma forma que os astros eram reverenciados em alguns países, também eram hostilizados em outros.

Todo esse descompasso ocorreu pelo fato do quarteto ter assumido posturas que desagradaram alguns fãs, e em decorrência de John Lennon ter afirmado que eles eram mais populares que Jesus Cristo.

Essas controvérsias foram a gota d’água para que Paul Mccartney, John Lennon, George Harrison e Ringo Star reconsiderassem as viagens do grupo e dessem adeus definitivo às temporadas de turnês, ainda em 1966.

Porém, o Sargent Pepper’s emplacou. O disco ficou 27 semanas na top parade do Reino Unido e três meses e meio como número um nos Estados Unidos.

Além das músicas, a capa do disco, aclamado com o mais importante da história do Rock, e que em 2011 vendeu mais de 35 milhões de cópias, também é considerada uma obra de arte, um capítulo à parte cheio de histórias e simbolismos.

A capa, criada por Peter Blake e Jann Haworth a partir de uma ideia nascida na mente inventiva de Paul Mccartney, que também sugeriu o nome do disco, reuniu em uma mesma foto gurus, artistas, jogadores de futebol e escritores.

A dupla capa, outra inovação da época, foi a vencedora do Grammy na categoria de artes gráficas em 1968, mas a empreitada só foi realizada porque contou também com o trabalho coletivo de pelo menos dez artistas.

Entre as celebridades que ilustram a capa principal do disco estão, lado a lado, ícones como Paramanhansa Yogananda, Bob Dylan, Marlon Brando, Marlene Dietrich, Oscar Wilde, Sonny Liston e Albert Stubbins.

Há relatos de que John Lennon propôs que as imagens de Jesus Cristo e de Adolf Hitler também fizessem parte do grupo de personalidades estampadas na premiada capa, mas a sugestão foi imediatamente rejeitada por todos os integrantes do projeto.

Anos depois, a capa seria recriada por artistas gráficos em álbuns de outros astros do mundo da música.

A última recriação ocorreu no ano passado pelas mãos do artista inglês Chris Backer.

A reprodução trazia estampadas as imagens de celebridades que morreram em 2016, e fazia paródia a um dos principais eventos políticos do ano.

No espaço que ocupava o nome do Beatles foi colocada a expressão Brexit, referência ao plebiscito que marcou a saída do Reino Unido da União Européia.

Cinco décadas depois de seu lançamento, Sargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band, primeiro produto musical a viralizar em uma época em que não havia redes sociais, continua insuperável.

Verdadeira overdose criativa e musical, o agora coroa Sargent Pepper’s segue alegrando o coração solitário dos fãs dos Beatles, apimentando o Rock, e tem tudo para permanecer artisticamente insuperável durante os próximos 50 anos.



19 de mai. de 2017

ELEIÇÕES DIRETAS JÁ!

DIRETAS JÁ, CRISE POLÍTICA, TEMER, CONSTITUIÇÃO, BRASIL, POVO BRASILEIRO, GOLPE, CONTRAGOLPE, JBS, MERCADO.
Eleições Diretas: O Brasil de volta para os brasileiros
Foto: Paulo Pinto/AGPT - Fotos Públicas 29/05/2017



O dia seguinte de Michel Temer, após as supostas denúncias de conivência com a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha e com as ações ilícitas praticadas e sugeridas pelo executivo da JBS, deixou o presidente do país em suspensão e lançou a sorte do Brasil em um mar revolto de incertezas.

O clima de complô, conspiração, tentativa de golpe, acusações, faz que vai, mas não vai, daqui não saio, daqui ninguém me tira, só aprofunda a situação de instabilidade política, deflagra guerra entre os três poderes, deixa a população à deriva.

O resultado da soma das denúncias que, no mínimo, comprometem seriamente Michel Temer e reafirmam a relação promíscua entre o público e o privado, multiplica o ódio, diminui as chances de retomada de crescimento, divide o país. É uma conta que não fecha.

Sabemos que, na visão torta dos maus políticos brasileiros e na concepção desumana do capitalismo de compadres praticado largamente no Brasil, o povo é um mero detalhe.

Porém, o mínimo de respeito e decência, por mais que a população não signifique muito, ainda se fazem necessários, até mesmo porque, ainda, é o voto dessa massa que é vista como insignificante que elege esse bando de inconseqüentes.

A saída de Michel Temer do comando do país, seja por impeachment, cassação de chapa ou renúncia é certo que não vai mudar muito a forma como economia é conduzida e o modo como as reformas estão sendo impostas, mas é inevitável.

Qualquer um que venha substituir Temer por meio de uma das três possibilidades que se apresentam terá que, obrigatoriamente, dar continuidade à agenda política e econômica do atual presidente.

A maneira como uma provável substituição de Temer está sendo tratada faz com que a troca de presidente não dependa da decisão popular. É um pressuposto estabelecido por quem condicionou a chegada Temer ao poder: o mercado.

Se Temer sair, cair ou for derrubado, e a escolha de seu sucessor acontecer por via indireta, será novamente o mercado quem vai determinar quem deve ser o presidente tampão. Basta ver a lista de nomes que estão se cogitados.

As propostas de reforma trabalhista e da Previdência do governo atual estão sendo claramente ditadas pelo mercado.

Isso só ocorre porque não foi o povo, por livre e espontânea vontade expressada através do voto, quem colocou o atual presidente no comando do país. Foram os interesses financeiros.

Somente eleições gerais e o voto popular, processos legitimamente democráticos, podem devolver a paz e a serenidade ao país e condicionar as decisões políticas e econômicas que o novo presidente irá tomar às necessidades e à vontade do povo.

Caso isso não ocorra, um provável presidente eleito pelo Congresso também terá que se submeter incondicionalmente às mesmas vontades do capitalismo de amigos praticado ininterruptamente no país, tornando-se refém das exigências do mercado e de um sistema decadente.

Eleição direta, mas do que nunca no Brasil, significa devolver ao brasileiro o direito que ele sempre teve e que, em hipótese alguma, lhe deve ser negado: o poder de decidir o que é melhor para ele e para o país.

Por mais que se concorde ou se discorde que o brasileiro ultimamente fez escolhas erradas através do voto, a decisão soberana e a responsabilidade pelas escolhas que ele fez, ou que venha a fazer, deve ser inevitável e exclusivamente dele. Sempre.

Enquanto o poder emanar do mercado e em nome dos interesses deles for exercido, dificilmente teremos justiça social, igualdade de direitos e respeito integral no Brasil.

Portanto, a solução para atual crise política do país é rápida, fácil e sem dor: basta que se cumpra a Constituição quando ela diz claramente que todo poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido. 

Simples assim.

18 de mai. de 2017

GOTA D'ÁGUA

BRASIL, DEMOCRACIA, DIRETAS JÁ!, TEMER, DISSIMULAÇÃO, CRISE, CONTRAGOLPE, GOLPE, VOLTAIRE, ABRAHAM LINCOLN, LAVA JATO, POLÍTICA, AÉCIO NEVES
É a gota d'água. Chegamos no limite. Não dá mais para segurar
Foto: Pixabay Public Domain

Quando o filósofo francês Voltaire escreveu que a dissimulação é virtude de reis e de camareiras, cometeu uma injustiça. Ele esqueceu de incluir outras duas categorias em seu raciocínio: os políticos e os governantes.

Abraham Lincoln quando tocou no assunto preferiu ser assertivo, invés de irônico.

Lincoln foi além, ao afirmar que alguém pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas não pode enganar todas por todo o tempo.

Michel Temer  e Aécio Neves, por sua vez, podem ter optado por confirmar as máximas, colocando-as em prática:dissimularam até quando puderam. Ou até quando deixaram.

Surpresa apenas para os que foram enganados - ou aceitaram ser; Confirmação do óbvio para quem verdadeiramente conhece Temer e Aécio.  

De uma forma ou de outra, o fato é que ontem a máscara de homem público íntegro, corajoso e competente que Temer usava - antes mesmo de ser nomeado presidente promovido - pode ter sido arrancada a contragolpe, para o bem ou para o mal do Brasil.

Escândalo, para os que sempre fizeram questão de não enxergar quem ele realmente é; O pior do mesmo para os que não pouparam esforços em escancarar o risco que a nomeação de Temer como presidente representaria para a segurança do Brasil.

Diante do caos instaurado, uma coisa não se pode negar: todos - tanto os que têm ouvidos, mas se fizeram de surdos, quanto os que têm olhos e acertadamente enxergaram além - fomos exaustivamente alertados para o perigo do impeachment e suas conseqüências desastrosas.

Apostou que o impeachment era a negação da democracia quem teve bom senso, desacreditou na aposta quem não teve juízo. Deu no que deu.

Contudo, em meio à indefinição em que nos encontramos, nos metemos - ou nos meteram - uma coisa é certa: nunca tivemos em toda nossa história junto, e ao mesmo tempo, a oportunidade mais propícia para reconstruirmos o Brasil e o momento mais favorável para o jogarmos ladeira abaixo.

A gravidade da situação, entretanto, exige coragem, atitude, sinceridade, consciência e, sobretudo, serenidade, afinal de contas, tal e qual ladrão que espera a hora certa para atacar, os velhos e novos dissimulados continuam a agir e não perdem um segundo sequer de tempo.

Eles já estão à espreita armados para nos assaltar com suas falsas promessas, seus desmentidos oficiais, suas soluções infladas de ego e seus discursos infalivelmente prontos.

A confirmação está nos vídeos postados pelos ministros de Temer e a postura vacilante de alguns veículos de comunicação em reconhecer o óbvio e admitir que não dá mais.

A questão já não é mais onde tudo isso vai dar, mas no que deixaremos que dê.

Não temos mais que esperar a hora, temos que fazer acontecer.

Para tanto é imprescindível não se deixar iludir pelos velhos e pelos novos dissimulados, eles continuam a fazer escola.

O momento exige que se tome as ruas e se resgate a democracia que foi roubada. Só assim saberemos se conduziremos ou se continuaremos sendo conduzidos.

Basta!

11 de mai. de 2017

1x1


LULA, MORO, LAVA JATO, 1X1, DEPOIMENTO DE LULA, TRIPLEX, ARENA CURITIBA, FLA-FLU


Nem quente nem fria, absolutamente morna. Foi assim a tão esperada disputa do ano entre o ex-presidente Lula e o juiz Sérgio Moro, realizada ontem em Curitiba.

Lula não disse nada mais do que já tem dito e Moro não perguntou nada além do que já se sabe. 

Meras formalidades sem contrapartidas muito positivas ou negativas para ambos os lados, porém com conseqüências, no médio prazo, boas e ruins tanto para um quanto para o outro.

Todavia, a verdadeira condenação ou absolvição de Lula e de Moro poderá vir muito mais pela força dos que apóiam e condenam cada um dos lados do que necessariamente pela excelência política do experiente ex-presidente ou pela competência jurídica controversa do jovem juiz.

Ao final de cinco horas – que poderiam ter durado muito menos – tanto Lula quanto Moro jogaram pelo empate e a partida acabou em 1x1. 

Fora da Arena Curitiba, os torcedores de ambos os lados também evitaram o embate frontal violento. 

Tanto a arquibancada quanto a cadeira cativa se comportaram com civilidade. Ponto positivo para a democracia.

Apesar de tudo, a bola continuará rolando. Lula seguirá reafirmando que é inocente enquanto que Sérgio Moro permanecerá tentando convencer a todos do contrário, até que apareçam provas que desempatem o jogo e e finalmente determinem qual será o vencedor.

Entretanto, ao julgar pela disputa de ontem e pelo desempenho de cada um dos jogadores, se depender dos dois lados, o resultado final poderá vir por pontos corridos e não mais pelo confronto direto no melhor estilo Fla-Flu. 


9 de mai. de 2017

LUZ, CÂMERA, AÇÃO!

Michel Temer, Reforma da Previdência, Temer, Vale Tudo, Mídia, Globo, Record, Band, SBT, Rede TV!, Luz, Câmera, Ação!
Luz, Câmera, Ação! Tudo pronto para Temer tentar aprovar suas reformas a todo custo
Foto: Pixabay Public Domain



Michel Temer está lutando com todas as forças e tentando de todas as formas garantir a aprovação de sua reforma desigual da Previdência. 

A insistência já não é mais política ou uma necessidade imprescindível para o país, mas questão de honra.

Temer precisa honrar os compromissos que assumiu com o capital financeiro que o fez chegar onde está e, para tanto, está pedindo a benção de Deus e do Diabo, como se fosse possível servir a dois senhores em paz.

Apesar do apoio de setores da mídia – ou dos que aceitaram defender as reformas em troca do aumento da quota de propaganda governamental – outros expedientes ilegítimos, alguns baseados em argumentos inconsistentes desmentidos e contraditos pelas leis do mercado, também não deixam de ser utilizados e vão desde ameaças declaradas à velha e já manjada redistribuição de cargos e benesses.

Porém, o que chama mais atenção, como moeda de troca pelo possível aumento da verba publicitária destinada aos veículos apoiadores do governo, é a alta exposição midiática do presidente nomeado.

Para aprovar as reformas do jeito que estão postas e empurrá-las goela abaixo defendendo o indefensável, Temer está se valendo do vale tudo, desde apelar para a sensibilização forçada até aparecer no Programa do Ratinho.

Para lograr êxito em sua determinação arrogante, não vai demorar muito e logo Temer também estará no Rala e Rola e Casos de Família, do SBT; Master Chef e Terceiro Tempo, da Band; Dr. Hollywood, da Rede TV!; Videocassetadas, Arquivo Confidencial e Malhação, da Globo e, para fechar com chave de ouro, Fala que eu te escuto, da Record.

Na tentativa desesperada de aprovar sua reforma excludente, custe o que custar, e ficar bem na foto melhorando, a qualquer preço, sua imagem com a população, Temer corre o risco de, além de ser derrotado, queimar o filme de quem aceitar posar ao seu lado.

Ainda tem quem aceita e acredita.

Alguém se habilita?

1 de mai. de 2017

CASTELOS DE AREIA

LULA, ELEIÇÕES 2018, PESQUISAS, PSDB, TEMER, REFORMAS, TORRE DE BABEL, CASTELOS DE AREIA, TEMER, PT, IPSOS, DATAFOLHA, LULA DA SILVA, FACHIN, LISTA DE FACHIN
Impeachment, reformas trabalhista e previdenciária, santidade disfarçada:
 castelos de areia que aos poucos vão sendo desfeitos
Foto: Pixabay Public Domain
As pesquisas divulgadas recentemente pelos institutos Ipsos e DataFolha  sobre as preferências da população  em relação as possíveis candidaturas à Presidência da República em 2018 voltaram a confirmar o crescimento de Lula na disputa eleitoral do ano que vem.

Entretanto, ao contrário do que destacou a mídia em geral, o que mais chama a atenção nas estatísticas não é a capacidade de resistência de Lula e seu favoritismo como candidato permanente do PT, mas a falta de articulação e a queda constante nas pesquisas daqueles que poderão ser os prováveis adversários do ex-presidente na disputa.

Enquanto Lula fortalece sua ascendência, os vários candidatos que podem polarizar a briga pela Presidência do Brasil continuam sua trajetória de rejeição crescente. 

Poucos deles isoladamente chegam a obter mais de 10% da preferência da população, ficando atrás de até mesmo de Jair Bolsonaro, personagem político que não ocupa cargo de destaque nem sequer é conhecido em muitos rincões do país.

Os inimigos e concorrentes de Lula da Silva teimam em habitar uma Babel política. Falam línguas diferentes, não conseguem se entender nem se consolidar.

Contrariando o que se supunha ou o que era esperado, nem o impeachment de Dilma Rousseff nem a famigerada Lista de Fachin surtiram o efeito desejado em relação ao ex-presidente. Pelo contrário, o feitiço tem virado contra o feiticeiro. 

Os opositores do petista, aparentemente, estão sendo obrigados a se convencer que remédio que cura também pode matar. 

Temer e seus aliados estão tendo que suar a camisa para se soltarem das armadilhas que criaram.

É aí que Lula tem levado vantagem e está tirando proveito, apesar do ex-presidente também não ser uma unanimidade. 

Contundo, Lula da Silva é o preferido da maioria dos eleitores não pelos olhos azuis, que não possui, mas, ao contrário de Temer, pelo fato de ter conseguido implementar ações que comprovadamente beneficiaram a maioria da população, mesmo tendo seu presente político manchado de denúncias e deslizes.

Por outro lado, Lula também continua crescendo na preferência dos eleitores porque está sendo beneficiado tanto pelas circunstâncias do momento quanto pela falta de articulação de seus adversários.

Em relação às circunstâncias, pela Lista de Fachin. Ela ajudou Lula na medida em que desmentiu a história que foram os petistas quem inventaram corrupção no Brasil, juntamente com o ex-presidente.

A Lista de Fachin comprovou que todos os citados pelos delatores da Odebrecht estão no mesmo nível. 

Colocou partidos de bases ideológicas diferentes - mas com interesses materiais idênticos - no mesmo patamar, igualando-os em sujeira, tal e qual recém-nascido de suíno quanto pisa pela primeira vez em chiqueiro.

Os denunciados por Fachin confirmaram, por si sós e por suas ações espúrias que, se não é uma senhora idosa e não poupa ninguém, a corrupção está agindo há pelo menos 30 anos no país. 

Na verdade, Dona Corrupção está mais para uma pessoa altiva, ativa, ávida, esperta, de olhos e ouvidos abertos, mas que continua sendo seduzida pelos políticos e fazendo história no Brasil.

Em segundo lugar, Lula está sendo favorecido, além da falta de sintonia de seus adversários, também  por uma série de estratégias erradas dos seus opositores e pela insistência cega deles, e de Michel Temer, em nadarem contra a corrente.

Enquanto o governo Temer e seus aliados continuarem a dar braçadas na direção contrária aos interesses do povo, em algum momento irão se cansar. 

Inevitavelmente permanecerão favorecendo Lula e continuarão reforçando a imagem do petista como bom presidente e mantendo viva na memória do povo as ações favoráveis que ele realizou quando esteve no poder. 

Se permanecerem nadando contra a vontade popular, os adversários de Lula fatalmente morrerão na praia, sendo o ex-presidente candidato ou não.

Mais de 70% dos brasileiros são contra as reforma, revelaram as pesquisas Ipsos e DataFolha. Isso é um recado claro.

A população está dizendo que querer aprovar a todo custo e a toque de caixa reformas impopulares e desagregadoras é, no mínimo, falta de inteligência e atestado de inabilidade política. 

Apesar da forte desaprovação, a maioria dos brasileiros rejeita as reformas não porque elas são desnecessárias – precisam realmente serem feitas, até certo ponto - mas porque segregam, diminuem, aumentam a desigualdade, retiram direitos coletivos e conquistas sociais. 

Do jeito que estão sendo propostas, as reformas prejudicam a maioria, independente das pessoas estarem à direita ou à esquerda.

Por outro lado, os cidadãos que apoiaram o impeachment estão se sentindo traídos pelos políticos que se disseram contrários à corrupção e, vendendo-se como santos, provaram que no fundo não passam de impuros, tanto quanto aqueles que acusaram. Sequer eles cumpriram a mínima promessa de melhorar o país em poucos meses.

Em relação à situação política do Brasil, enquanto um cego continuar guiando outro cego, ambos cairão na cova de seu castelo de areia e seguirão sendo rejeitados nas estatísticas eleitorais, embora as pesquisas, em geral, representem apenas uma fotografia - muitas vezes em branco e preto - de um momento específico, ou indiquem uma tendência - que pode ou não se confirmar.

Contudo, quanto mais ruim para os opositores do ex-presidente e pior para a população, melhor para Lula que, tal e qual Madeira que cupim não rói,  até agora, enverga e não quebra, balança, mas não cai.