30 de set. de 2018

DIVA NACIONAL

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Voz rouca e marcante, Angela Maria foi referência e inspiração para várias cantoras.
Foto: Arquivo/Estadão Contéudo


A voz rouca e marcante de Angela Maria, ícone e inspiração para várias gerações de cantoras, silenciou ontem à noite, aos 89 anos, depois de 34 dias de internação em um hospital da capital paulista.

Presença marcante nos palcos brasileiros por mais de sete décadas seguidas, a Sapoti, apelido dado por Getúlio Vargas por conta da voz doce e do tom de sua pele, eternizou-se como uma das grandes Rainhas do Rádio.

Vinda de família protestante – o pai era pastor de uma igreja Batista – a fluminense de Macaé, Abelim Maria da Cunha, seu nome de batismo, foi tecelã e inspetora de lâmpadas antes de despontar para o sucesso em 1947, através do rádio.

Dos sambas-canção, passando pelas músicas românticas e de dor cotovelo, Angela conseguiu manter-se ativa e bem sucedida como cantora e intérprete. Dias antes de ser internada, continuava lotando casas de shows em todo o país.

Junto com Cauby Peixoto, amigo e parceiro de palcos, teve uma das carreiras mais admiradas, reconhecidas e longevas de todos os tempos.

Diva Nacional, Angela Maria sai de cena vitoriosa, pronta e iluminada para cantar na eternidade.

RIP, Angela Maria!

13 de set. de 2018

PASSE DE MÁGICA

PASSE DE MÁGICA
Candidatos insistem em fazer mágica, invés de Política.
Foto: Reprodução
Candidatos a cargos majoritários, senadores e a deputados em todo o país seguem jurando mentiras em suas campanhas e recorrendo ao vale tudo para se elegerem. 

Promessas inconciliáveis, fora de lugar e deslocadas da realidade ainda são apresentadas com a naturalidade de um vendedor de feira livre, mas no fundo não passam de exibicionismo fanfarrão.

Mentiras sinceras são ditas com tanta honestidade e comoção que são capazes de colocar arrependidos como Judas Iscariotes no bolso, deixar Paulo Maluf de cabelos em pé e causar inveja aos disseminadores de fake news.

Do mega empresário acostumado a andar de blindado e que do nada resolve utilizar o trenzão ao ex-governador truculento que sempre usou o cassetete, as balas de borracha e o spray de pimenta como forma de negociação, mas que, em um passe de mágica, passa a falar com jeitão zen, voz suave e tom conciliador, tem de tudo no festival de rimas fáceis.

Enquanto uns pintam a realidade com cores que ela não tem, outros exageram nos tons e nas tintas.

Prometer liberar o porte de armas de forma indiscriminada ou diminuir drasticamente a carga tributária quando essas ações dependem de leis aprovadas pelo Congresso Nacional são mentiras descaradas, balelas manjadas, conversa para boi dormir.

Cabe aos eleitores surfarem novamente nessa onda ou provarem a esses candidatos filhotes de contos da carochinha - ou que prometem resolver tudo no estalar de dedos - que estão em um patamar de consciência mais elevado.  

Afinal, a melhor maneira de se combater a esperteza ainda é utilizar a inteligência.  

Se liga, Brasil!


26 de ago. de 2018

O QUE SERÁ QUE SERÁ?

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Eleições 2018 ainda geram mais dúvidas do que certezas.
Foto: Pixabay.com


Faltando pouco mais de um mês para as eleições gerais de 2018, a baixa expectativa dos eleitores e uma visível apatia na classe política provocam mais dúvidas do que certezas em relação ao que poderá acontecer com o Brasil depois de fechadas as urnas no dia 07 de outubro.

Candidatos seguem fazendo suas campanhas a passos de funeral e eleitores demonstram entusiasmo semelhante ao dos torcedores da seleção brasileira de futebol depois da derrota de 7X1 contra a Alemanha na Copa de 2014.

O fato é que ambos os lados estão mais cautelosos, para não dizer absolutamente receosos, deixando os batimentos do ritmo cardíaco eleitoral abaixo do habitualmente esperado.

Pesquisas eleitorais, por sua vez, comprovam que, com a autodesmoralização de alguns políticos e o descontentamento com a classe política em geral, ficou mais fácil para o eleitor encontrar uma agulha no palheiro do que separar o joio do trigo.

Candidatos que naturalmente seriam rejeitados devido às suas posturas equivocadas e comportamentos desrespeitosos figuram com favoritismo, como Jair Bolsonaro. Outros, antes considerados acima de qualquer suspeita, apresentam musculatura eleitoral de esqueleto, como Geraldo Alckmin.

Entretanto, o que ainda chama atenção é a robustez, a resistência e o fôlego Luiz Ignácio Lula da Silva.

A capacidade do ex-presidente de se manter vivo na memória dos eleitores, mesmo preso e quando tudo indicaria que já estava liquidado, é impressionante. 

Lula, juntamente com a soberania do eleitor, poderá ser decisivo na eleição de 2018 e, mesmo não saindo candidato, já é tido como historicamente vitorioso pessoal e politicamente.

Excetuando-se a resistência de Lula, o eleitor voltou a ser o personagem mais importante do enredo político. 

Após ter sua vontade democrática aviltada por um impeachment fabricado por certo número de descontentes incapazes de aceitar a derrota nas urnas pelo voto popular, o eleitor voltou a ser a joia da coroa nas Eleições 2018.

Para a graça ou desventura de vencedores e derrotados, será outra vez o voto democrático e soberano de mais de 145 milhões de brasileiros quem fará com que no pleito desse ano tudo possa acontecer - inclusive nada do que se espera que aconteça - e os resultados poderão ser tão surpreendentes quanto decepcionantes.



8 de abr. de 2018

IDEIA VIVA, LUZ PRÓPRIA

IDEIA VIVA, LUZ PRÓPRIA
Lula e o Povo: Tudo a ver.
Foto: Divulgação



A inviabilização da volta de Lula a Presidência da República atingiu seu ponto máximo ontem com a prisão dele em São Bernardo do Campo, seu berço sindical e político. Porém, o processo de desconstrução da imagem do maior líder político popular do Brasil e da América Latina nas últimas décadas deverá seguir seu curso, embora sem muito sucesso.

Impedir que Lula voltasse a governar o Brasil nunca foi suficiente para seus algozes. Afinal, apesar dele não ter mais o comando do país em suas mãos, não estava morto.

O fato é que, mesmo fora da presidência, Lula ainda continuava sendo uma grave ameaça para as elites que, com o impeachment de Dilma, sequestraram o Brasil.

Depois do impeachment, Lula passou a ser a possibilidade e o “risco real” de devolver o Brasil para os brasileiros.

Não bastava apenas anulá-lo política, moral e judicialmente. Era preciso também isolá-lo, mantê-lo fora do campo de visão do povo e do país, silenciá-lo, calar a sua voz.

Era preciso impedir que Lula continuasse a "vociferar" seus brados Brasil afora e dar ouvidos e voz a quem mais lhe deu atenção e reconhecimento nos últimos tempos: o brasileiro sofrido, e agora iludido, enganado e assaltado pelas falsas promessas do impeachment.

Na verdade, a tentativa de transformar Lula em um fantasma político começou quando esse nordestino, ex-metalúrgico e semi-analfabeto – como eles sempre fizeram questão de dizer – ousou pela primeira vez ser presidente do Brasil.

Depois que Lula conseguiu ser eleito, a vontade de detê-lo se intensificou diariamente de forma sistemática, na maioria das vezes, é bem verdade, com o apoio e o aval de alguns veículos da imprensa.

Esse desejo tornou-se obsessão quando Lula deixou claro para o Brasil e para o mundo, através de suas ações e projetos sociais, a que veio e para quem veio governar.

O poder de resistência e de renascimento de Lula também sempre incomodou e impressionou.  

Afinal, que cara esse que, mesmo chicoteado pela chibata da imprensa comercial, corporativa e hegemônica, açoitado pelas sucessivas negativas de um Judiciário seletivo e abandonado pela classe política golpista, consegue dar a volta por cima e se manter líder nas pesquisas? Esse cara é Lula.

Nos últimos dias, ao verem a tentativa de silenciar Lula seguir seu curso programado, muitos políticos ficaram surdos, cegos ou se fingiram de mudos. Por um lado pela conivência com os algozes do ex-presidente. Por outro, por pura inveja.

Eles sabem que jamais terão o carisma, a popularidade, o dom natural, a genuinidade política para representar o Povo brasileiro como Luiz Inácio Lula da Silva sempre teve e bem representou. Fato, aliás, reconhecido e reafirmado nacional e internacionalmente tanto por seus admiradores quanto por quem o desqualifica.

Quem esteve ontem em São Bernardo do Campo, ou viu as poucas imagens divulgadas pela mídia, sabe os reais motivos que levaram conjuntamente os três poderes constituídos do Brasil a isolar o “animal” político Lula atrás das grades.

Lula deixou claro em seu discurso horas antes de ser preso que tem o jeito, o cheiro, a alma, a garra, a sobrevida e o espírito do Povo brasileiro. Ou pelo menos, daqueles que se consideram Povo.

Deixar de ser um ser humano para se transformar em uma ideia e assim torna-se igual ao seu Povo, não é para muitos, mas para Políticos com P maiúsculo como Lula sempre foi.

Não quero aqui fazer de Lula um herói – até mesmo porque não acredito nem confio em heróis - ou negar seus erros políticos, ações inadequadas, atitudes equivocadas e algumas escolhas inconvenientes que ele fez. Reconheço-as e acredito que qualquer um é capaz de enumerá-las.

Contundo, acredito que Lula também as reconheceu. Sua luta para voltar a todo o custo ao comando do país é um indicativo de seu arrependimento.

Seus inimigos também reconhecem e sabem que, voltando ao poder, Lula, arrependido, faria muito mais e melhor do que fez e para quem fez. Daí a necessidade urgente e inevitável de encarcerá-lo.

Entretanto, reconheço também, como os ouros 47% dos brasileiros contrários à sua prisão - segundo pesquisa realizada pelo Datafolha – Lula como um grande líder político que soube enxergar seu Povo e as necessidades deles, dando-lhe a dignidade que lhe fora negada por centenas de anos.

Tenho, portanto, reconhecimento e gratidão por Lula e por tudo que ele fez pelos menos favorecidos. Só lamento que não tenha feito em seus dois mandatos a reforma agrária que o Brasil precisa.

Acredito sinceramente que não há provas em relação ao dito apartamento, que sequer está no seu nome - e por isso não foi confiscado como foram seus outros bens - que justificam sua condenação e prisão, mas respeito a opinião de quem se sentiu convencido da condenação dele por esse motivo menor.

Não basta apenas olhar a prisão de Lula sobre o aspecto emocional ou pela tentativa de santificá-lo ou demonizá-lo. Temos que analisar o que aconteceu ontem, sobretudo, sob a perspectiva e o olhar da História.

A prisão de Lula é resultado de um processo histórico que se repete e vai se repetir todas as vezes que alguém tentar desafiar e incomodar a elite que se acha poderosa e dona do Brasil.  É resultado sim da luta de classes.

Gostem ou não, uma coisa é inegável, tanto para os que o amam como para os que o odeiam: o legado de Lula já é histórico. Ninguém jamais vai conseguir apagar.

Lula permanece livre na mente, na memória, na ideia, no coração e na alma de centenas de milhares de brasileiros, preso ou em liberdade, absolvido ou condenado.

A estrela de Lula vai continuar acesa, afinal de contas, só continua a brilhar quem tem luz própria.


Força e resistência, Presidente Lula!


5 de abr. de 2018

SOU A FAVOR, MAS SOU CONTRA

Ao derrubas o Habeas corpus de Lula, SFT abriu as portas da prisão para o ex-presidente. Foto: Reprodução Pixabay Public Domain
Ao derrubar o Habeas corpus de Lula, o SFT abriu as portas da prisão para o ex-presidente.
Foto: Reprodução Pixabay Public Domain



O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou ontem, por 6 votos a 5, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja preso a qualquer momento.

Depois de 16 horas de discussão, os votos das juízas Rosa Weber e Cármen Lúcia expressaram bem a cara do atual STF: contraditório, partidário, questionável e dividido.

Ao defender que pessoas que estão sendo julgadas recorram a todas as instâncias judiciais ate serem condenadas em definitivo - como determina a Constituição - mas votar pela derrubada do Habeas corpus de Lula, Rosa Weber usou a justificativa do sou a favor, sendo contra.

Rosa Weber preferiu expressar sua contrariedade em relação às decisões em segunda instância com palavras retóricas quando o melhor – ou mais justo – deveria ser através da ação correta e da atitude original. 

Bastava que a ministra votasse a favor do Habeas corpus que assim deixaria clara sua posição - segundo ela própria consciente - a favor da Constituição e das decisões finais em primeira instância.

Weber optou por ser o mais do mesmo, quando poderia ter feito a diferença. Teria sido fiel a si mesma.

Por outro lado, a presidente do Supremo Cármen Lúcia optou, outra vez, por agir politicamente e, ao votar apenas Habeas corpus de Lula, decidiu não matar dois coelhos em uma única cajadada, decisão criticada dura e razoavelmente pelo decano Celso de Melo.

O STF optou claramente por adiar decisões importantes em benefício da judicialização e a favor da falsa crença de que, com a prisão de um ex-presidente, a impunidade e a corrupção estão definitivamente sendo combatidas no Brasil.

O STF permite que o ex-presidente seja encarcerado, mas continua deixando livres muitos irresponsáveis pegos e gravados em seus atos deliberados e comprovados de corrupção. 

Ao votar favoravelmente pela prisão de Lula, o STF, outra vez, deu um passo em falso para, mais adiante, dar dois pulos para trás.


10 de out. de 2017

EM QUEDA LIVRE

DORIA, ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL, PREFEITURA DE SÃO PAULO, POLÍTICA, BRASIL
Índices de aprovação de João Dória caem e aumenta a sensação de abandono da cidade de São Paulo
Foto: Pixabay.com


A resposta à administração ausente de João Doria no comando de São Paulo não poderia ser diferente: veio de dentro de sua própria casa. Os paulistanos parecem ter acordado e começaram a decretar o fim de uma lua de mel mal curtida.

O descontentamento com o governo doriano aumentou juntamente com a sensação de abandono da cidade, segundo pesquisa DataFolha. 

Se os índices de ruim e péssimo (39%) forem somados aos de regular (31%) a desaprovação do prefeito tucano chega a 70%.

Atualmente, Doria, que segundo seus opositores, está mais para caixeiro viajante do que para prefeito da maior cidade da América Latina, em sua atuação como prefeito tem vendido São Paulo a toque de caixa.

O santo de casa João Doria confirmou o dito popular: não está fazendo milagres. Nem mesmo os que prometeu.

A cidade de São Paulo não está só abandonada, mas parada mesmo. De tão travada e sem atitude que se tornou, a administração Doria não se compara e passa longe de ser igual ou melhor do que a anterior.

Programas sociais continuados por Fernando Haddad foram reduzidos, como a distribuição gratuita de leite, uniformes e transporte para crianças.

Alguns projetos que também funcionaram bem na administração de Haddad foram eliminados, como os das extintas secretarias de Políticas para as Mulheres e a de Promoção e Igualdade Racial.

Outros tantos correm diariamente sério risco de serem banidos, principalmente nas periferias paulistanas.

Tudo isso sem falar na redução drástica de verbas para as áreas da saúde, educação e cultura e na sanha desmedida do prefeito por privatizar tudo o que pode, inclusive o que dá lucro para a cidade.

São Paulo, a locomotiva do Brasil, tem andado na velocidade de lesma dos trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

Ações incorretas, midiáticas, fora de lugar e de contexto têm sido a marca de uma administração focada mais no marketing pessoal e na autopromoção política e menos nos interesses dos paulistanos.

Doria como gestor tem-se notabilizado como um político mediano, e vice-versa.

Ao largar São Paulo nas mãos da sorte e do azar, João Doria, que quer fazer da administração da cidade um trampolim para a presidência da República, se tornou o mau zelador de uma cidade abandonada por ele mesmo.

Restaram-lhe poucas alternativas: ou João Doria muda de estratégia e reassume o cargo que abandonou ou vai ser atropelado por sua ambição desmedida e acabará sufocado por seu ego inflado.

São Paulo, por si só, não pára. Nem perdoa.

Fica esperto, Brasil.

4 de ago. de 2017

PÉROLA RARA

LUIZ MELODIA, PÉROLA NEGRA, NEGRO GATO, MPB, MORRO DE SÃO CARLOS, ESTÁCIO, NEGRO GATO, MELODIA.
Luiz Melodia, O Pérola Negra, morreu aos 66 anos.
Foto: Divulgação

A MPB perdeu mais uma joia rara de sua coroa na madrugada dessa sexta-feira. Luiz Melodia, o Pérola Negra, partiu aos 66 anos, vítima de complicações decorrentes de um câncer, deixando uma história repleta de música e simpatia.

Carioquíssimo da gema, Melodia, que tinha como nome de batismo Luiz Carlos dos Santos, nasceu no morro de São Carlos, no Estácio.

Adotou o sobrenome artístico do pai, Oswaldo Melodia, funcionário público e músico amador boêmio do Estácio, um dos berços do samba carioca. 

A partir do Estácio, Melodia espalhou para todo o Brasil sua luminosidade através da voz suave empregada em grandes sucessos.

Tímido e de comportamento reservado, o supercarioca Luiz Melodia trazia a música impregnada no nome e na vida. Preferia cantar do que falar.

Era conhecido e admirado pelos amigos por sua simplicidade e singeleza, características que soube valorizar e utilizar com reconhecimento em todas as músicas que cantou e gravou.

Melodia, que quando jovem queria ser jogador de futebol, deixou de lado o sonho de ser ponta-direita do Vasco para se tornar um craque da MPB.

Ótima troca para ele e para nós que poderemos, todas as vezes que quisermos, nos alegrar com sua gentileza impregnada no seu Swing, na poesia singular de suas canções, na sua voz suave e gostosa de se ouvir.


RIP, Luiz Melodia!


3 de ago. de 2017

À MODA DA CASA

TEMER, JULGAMENTO DE TEMER, CONGRESSO NACIONAL, STF, BRASIL EM CRISE, POLÍTICA, PIZZA, À MODA DA CASA, FORNALHA, INFERNO, PURGATÓRIO.
Apesar de o primeiro round ter acabado em pizza, o mandato de Temer, e ele mesmo, continuam ardendo na fornalha.

Foto: Pixabay Public Domain
Sob as bençãos da maioria de votos necessários e da inércia de um povo que só se manifesta nas pesquisas, Michel Temer conseguiu escapar do inferno de ser julgado pelo STF, embora ainda vá ter que suar no calor da caldeirinha.

Faltaram empenho e vontade da população, disposição e disponibilidade dos opositores em convencer o país, a turma do vale tudo e eles mesmos da necessidade e da urgência de se inviabilizar um presidente que negociou sua absolvição à custa do dinheiro público e de relações promíscuas com seus aliados.

No atacado e no varejo, em plena luz do dia e não mais na penumbra do Jaburu, a olhos nus e ouvidos atentos, em alto e bom som e não aos cochichos e sussurros palacianos, Temer comprou sua salvação, conseguiu intento e segue rifando o Brasil.

Contudo, não sai, como esperava, tão fortalecido para o próximo combate em vias de ser anunciado por Rodrigo Janot.

Ficou claro que alguns Judas se arrependeram no meio do caminho. Porém, dificilmente devolverão as moedas com as quais foram comprados. Falta-lhes a consciência de cidadão, abunda-lhes a fraqueza de caráter.

Que no próximo round o povo se sinta encorajado e seja mais estimulado para que, a partir da gravidade das novas denúncias e da firmeza de quem realmente deseja ter de volta seu país, o resultado não acabe em pizza e o juízo final ocorra sem direito a repeteco nem misericórdia.

26 de jul. de 2017

ETERNA MADRE

EVITA, MARÍA EVA DUARTE, EVA PERÓN, ARGENTINA, MÃE DOS POBRES E DESCAMISADOS, JUAN DOMINGO PERÓN, PARTIDO FEMININO PERONISTA.
 María Eva Duarte, Evita, continua viva na memória dos argentinos 65 anos após ter morrido.
Foto: Reprodução


Eram 20h45 daquele sábado, 26 de julho de 1952, quando as emissoras de rádio locais anunciaram que María Eva Duarte, aos 33 anos de idade, saía da vida para ser eternizada na memória e no coração do povo argentino como uma das maiores e mais influentes personalidades políticas de todos os tempos.

Evita, após ter sido derrotada por um câncer diagnosticado alguns anos antes, mas tratado de forma insuficiente, a partir daquela data passou a integrar o imaginário afetivo e histórico de uma imensa massa de argentinos.

Imediatamente após sua morte, as ruas de Buenos Aires viraram o centro da peregrinação de milhares de cidadãos órfãos daquela que fora considerada por muitos mãe, amiga, estadista e líder política.

Muitos descamisados – era assim que Evita chamava os pobres - se comportaram como se o país inteiro tivesse apenas uma única cidade e um só destino: Buenos Aires.

Durante duas semanas, mulheres, homens, idosos e crianças velaram e choraram a morte da “Madre de los pobres y descamisados.”

Entretanto, 14 dias foram insuficientes para apagar a dor e serenar os corações dos argentinos, tanto que o corpo de Evita foi embalsamado e ficou exposto à visitação pública durante pelo menos dois anos.

Em 1955, o corpo de Evita foi roubado e enterrado na Itália para, somente mais de 20 anos depois, encontrar sepultura definitiva na Argentina.

Tamanha comoção, dor e reverência dos descamisados argentinos foi justificada pelo fato de Evita Perón ter sido considerada a maior figura púbica feminina a dedicar seu carisma, sua influência política e sua persistência em solidariedade ao povo e às questões sociais dele.

Vida difícil, ascensão meteórica

Filha de um relacionamento extraconjugal entre uma costureira e um grande fazendeiro, mal querida pelos meio-irmãos, Evita aprendeu desde criança a conviver com sentimentos opostos e a superar adversidades.

Aos 15 anos de idade mudou-se sozinha para Buenos Aires em busca do sucesso como atriz, mas nunca obteve reconhecimento considerável da classe artística nem da crítica, apesar de ter feito participações em filmes, atuado em radionovelas e incursionado pelo teatro.

Em 1944, ao conhecer Juan Domingo Perón, 24 anos mais velho do que ela, Evita, que quando adolescente afirmara que só se casaria com um príncipe ou um presidente, conseguiu realizar seu segundo sonho e viver seu melhor papel: o de primeira-dama estadista.

Não poupou esforços para efetivar sua união com Perón a ponto de falsificar os documentos e mudar seu nome de Eva María Ibarguren para María Eva Duarte.

Apesar de ter atuado em defesa dos argentinos menos favorecidos e ter ajudado a devolver a dignidade a muitos cidadãos construindo escolas, hospitais, lares para mães solteiras, asilos para idosos, distribuído alimentos e roupas através da Fundação Eva Perón, Evita dividiu a opinião dos militantes da esquerda e da direita argentina.

Mesmo tendo criado o Partido Peronista Feminino e atuado para que o voto das mulheres passasse a ser considerado um direito em 1947, Eva Perón não foi aclamada pela esquerda da Argentina como uma militante, chegando a ser chamada de assistencialista e acusada de populista por seus adversários.

Atriz, estadista, política, mulher destemida e de ascensão rápida e passagem meteórica pela vida, Evita, a menina decidida e líder de braços sempre abertos para os mais necessitados, ainda continua sendo lembrada tanto pelo o que fez como pessoa pública quanto pelo que provocou na história da Argentina e dos que ainda reconhecem nela a representação marcante e intensa de seu povo.
 
Hoje, passados 65 anos após sua partida, Evita ainda está viva na memória de seu povo como sempre sonhou. Segue sendo amada e reverenciada além morte. Permanece como um mito ainda não substituído no ideário político e afetuoso de milhares de argentinos .

FRASES

“Onde há uma necessidade, nasce um direito.”

“Eu não queria nem quero nada para mim. A Minha glória é e será sempre Perón, escudo e bandeira do meu povo. E, enquanto na estrada deixar pedaços da minha vida, sei que você recolhe meu nome e carrega a bandeira para a vitória.”

“Como mulher sinto a ternura das pessoas de onde eu vim.”

“É chegada a hora da mulher que compartilha uma causa pública e a hora da morte da mulher com valor numérico e inerte dentro da sociedade.”

“De nada valeria um movimento feminino em um mundo sem justiça social.”

“Se este povo me pedisse a vida, daria cantando, porque a felicidade de um descamisado vale mais do que toda minha vida.”

“A pátria não é patrimônio de nenhuma força. A pátria é o povo e nada pode se sobrepor ao povo sem que corram perigo a liberdade e a justiça.”

“Nossa pátria não será mais uma colônia ou a bandeira tremulará sob suas ruínas.”


“Ninguém, senão o meu povo me chama de Evita. Quando escolhi ser Evita, escolhi o caminho do meu povo.”


21 de jul. de 2017

NA PONTA DO DEDO

APLICATIVOS BANCÁRIOS, INTERNAUTAS, BANCO DIGITAL, BANCO NA PONTA DOS DEDOS, TRANSAÇÕES BANCÁRIAS, APP.
Aplicativos de bancos já são usados por 79% dos internautas, aponta estudo.
Foto: Pixabay.com


Pesquisa trimestral online realizada em junho desse ano pelo CONECTAi Express, plataforma  web do IBOPE Inteligência, revelou que 79% dos 2.000 internautas entrevistados utilizam pelo menos um aplicativo de banco para fazer transações.

O estudo ratifica o pensamento em relação à  facilidade que os aplicativos bancários oferecem exatamente pela possibilidade que têm de permitirem o acesso à conta corrente para a realização de transações a qualquer hora do dia e em qualquer lugar.

Entretanto, a pesquisa apontou que apenas 1/3 dos entrevistados usam a ferramenta somente para consulta. Muitos ainda preferem ir diretamente à agência ou utilizar o internet banking e caixas eletrônicos para realizarem suas operações. 



Pagamentos, transferências e recargas de celular são as principais operações realizadas pelos 2/3 dos entrevistados que fazem consultas e transações via app.




Os aplicativos da Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil são os mais utilizados, segundo o estudo.