PSDB e PMDB
se unem na surdina, articulam a derrubada de Dilma e decidem fazer de Temer o
novo presidente do país
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Foto: Igor Estrela /PSDB (Fotos Públicas,
07/07/2014)
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Não
há mais dúvidas: PSDB E PMDB estão trabalhando juntos para aprovar o
impeachment do presidente Dilma.
Tudo ficou decidido e
acertado em reunião liderada por Fernando Henrique Cardoso. Não foi à toa que
Temer foi almoçar com Geraldo Alckmin.
O governador de São
Paulo era um dos que ainda resistiam a ideia do impedimento. Em nome da
unidade, Alckmin resolveu voltar atrás.
O silêncio dos
tucanos em relação às arbitrariedades de Cunha também se justifica pelo fato de
que qualquer ação contrária ao atual presidente do Congresso poderia irritá-lo
e colocar a manobra golpista a perder, haja vista a bipolaridade política
emocional do peemedebista.
Temer nega tudo,
afinal não quer pagar de traidor outra vez, mas age na surdina e tenta cooptar
outros partidos, inclusive da base governista com o apoio do senador José Serra
que, em troca, ganharia um cargo de destaque no possível governo do PMDB.
Todas as manobras
articulatórias têm a benção e a proteção do ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, mentor político de Aécio Neves.
Cardoso, que uniu o
PSDB a favor do impeachment, está juntando a fome com a vontade de comer e
vingando-se do PT que em 1999 pediu o impeachment dele.
O objetivo é votar o
quanto antes o processo de impeachment e retardar a cassação de Eduardo Cunha.
Com o PMDB no poder fica mais fácil derrubar a cassação do presidente do
Congresso e tudo continuaria como antes no quartel de Abrantes.
Contudo, ainda há
duas pedras no meio do caminho: A falta de unidade do PMDB – boa parte do
partido está dividida em relação ao impeachment como os ministros Kátia Abreu,
da agricultura, e Marcelo Castro, da saúde.
A segunda pedra são o
STF (Supremo Tribunal Federal) e a PGR (Procuradoria Geral da República) que
podem melar o esquema invalidando o processo de impeachment.
Caso o STF decida
barrar o processo de impedimento, os novos aliados de Temer também já têm uma
estratégia: vão sair indiretamente em defesa do vice-presidente alegando que
não pode haver interferência entre os poderes, tese já defendida por um dos
ministros do Supremo, Gilmar Mendes, que destacou a competência política do
vice-presidente em evento com empresários hoje em São Paulo.
Coincidência? Nada.
Tudo bem planejado e arquitetado.
Aécio desistiu de da
ideia de entrar com pedido no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) solicitando a
cassação de Temer junto com Dilma.
O PSDB prefere apoiar
Temer agora do que derrubar o vice-presidente junto com Dilma porque tem
certeza que colocar a o país novamente nos trilhos não vai ser fácil. Não
querem se desgastar.
Sabem que o
brasileiro, mais do que nunca, está ansioso por um salvador da pátria. Vão usar
Temer de cobaia, caso ele não consiga obter sucesso, a culpa e o ônus serão
dele e do PMDB.
Em 2018, com os
peemedebistas enfraquecidos e a população no limite da paciência, fica mais
fácil para os tucanos ganharem a eleição.
Esquecem, entretanto,
que o PSDB não vai ser o único partido a participar da disputa, que em política
nada é garantido e, como afirmou o escritor francês Antoine de Rivarol, o povo
concede o seu favor, nunca sua confiança.