Em mensagem de desabafo, Temer lista infidelidades de Dilma e aumenta o risco
do impeachment
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Foto:
Lula Marques / Agência PT / Fotos Públicas (11/08/2015)
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Dalva
de Oliveira e Herivelto Martins protagonizaram as maiores brigas de amor que o
Brasil já conheceu. Os dois foram casados durante 12 anos. Após
a separação, consequência das constantes traições por parte dele, começaram uma
guerra musical que resultou em clássicos como “Que será”, “Tudo acabado”,
“Errei sim”, “Falso amigo”, “Calúnia”, “Palhaço”, entre vários outros hits que
marcaram a MPB e serviram de trilha sonora para a dor de cotovelo de muitos
ex-casais.
Ontem,
Dilma Rousseff e Michel Temer viveram o seu momento Dalva e Herivelto. O
vice-presidente enviou uma carta desabafo em que acusa a presidente de nunca
confiar nele e lista uma série de desafetos ocorridos durante a relação
política entre os dois.
Esse
clima de bolero com ares de dramalhão mexicano pode significar o começo do fim
da parceria entre o PT e o PMDB e elevar a temperatura em Brasília. A fogueira
das vaidades que Dilma e Temer estão vivendo parece ser a faísca que faltava
para botar fogo no processo de impeachment.
O
vice-presidente deixa claro em suas palavras recheadas de melancolia que Dilma
nunca confiou nele nem no PMDB. Que sempre atribuiu a eles uma função
decorativa e que só os procurou quando precisava que apagassem incêndios.
Não
deixa de ser verdade, em parte. Temer e o PMDB na maioria das vezes foram meros
coadjuvantes nos enredos do Planalto. Por outro lado, nunca se demonstraram
dignos de confiança, tanto nas ausências quanto na presença de Dilma.
Difícil
nessa história é saber quem é o certo e o errado, o traído e o traidor. Na
verdade, o PMDB sempre fingiu acreditar em Dilma e no PT, vide Eduardo Cunha, e
vice-versa.
Enquanto
Dilma parece seguir o conselho do romancista inglês Henry Fielding que certa
vez falou “Nunca confie no homem que tem motivos para suspeitar de que você
sabe que ele lhe fez mal”, Temer reza pela cartilha do escritor latino da Roma
Antiga, Púbio Siro que afirma “Quem perdeu a confiança não tem mais que
perder”. Pelo menos é o que deixa claro no final da carta.
Na
história do casal MPB, Herivelto Martins levou vantagem. Viveu até os 80 anos.
Dalva de Oliveira morreu aos 55. Resta saber se a presidente, exposta como
vilã, vai reconhecer sua infidelidade, pedir perdão e implorar para que Temer,
que posa de vítima, volte. Disso poderá depender os anos em que ela ainda
estará no comando do governo.
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