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Dom Paulo Evaristo Arns, exemplo de dedicação, altruísmo e sacerdócio Foto: Divulgação |
Porta voz da igualdade,
defensor dos direitos humanos, mensageiro da paz. Todos os
adjetivos que possam expressar a importância e o significado da existência de
dom Paulo Evaristo Arns, que nos deixou ontem, aos 95 anos, não se esgotam em
si.
Porém, o que mais chamava a
atenção nele, além de sua coragem e seu destemor, era a forma carinhosa e dedicada com que tratava a todos.
Dom Paulo soube muito bem, e como
poucos, encarar e superar as adversidades impostas, na maioria das vezes por
humanos, com sensatez, segurança e serenidade.
Sua decisão em fazer um culto ecumênico
em honra ao jornalista Vladimir Herzog, assassinado pelos militares nas salas obscuras da ditadura, foi de uma grandeza de caráter tremenda e de uma visão
humanista incomparável.
Dom Paulo conseguiu transitar pelo
mundo complicado das contradições humanas ao longo dos seus mais de 50 anos de
sacerdócio, completados em 2016, com a diplomacia e a consciência que faltam a
muitos líderes políticos e humanitários.
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Dom Paulo Evaristo: líder humanitário sempre receptivo Foto: Divulgação |
Com seu comportamento solidário e
altruísta, dom Paulo foi um exemplo de como o sentimento religioso pode superar o fundamentalismo da religião, frear a intolerância e possibilitar o respeito e a convivência pacifica
entre os diferentes.
Ações como sentar-se à mesa com
os que lhe serviam, criar Comunidades Eclesiais de Base, vender um palácio episcopal
para comprar terrenos em bairros populares para a construção de centros
comunitários através da Operação Periferia, permitiram a ele provar que o
mais simples é sempre um caminho possível e viável.
Em um ano de perdas e rupturas
que vão deixar marcas profundas e cicatrizes registradas para sempre em nossa História, a morte de dom Paulo nos entristece, porém sua luta e sua
trajetória também nos dão alento, ânimo e a certeza de que é possível endurecer sem jamais perder a ternura.
RIP, dom Paulo Evaristo Arns!
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