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Eleições
presidenciais na França dividem eleitores entre extrema esquerda e extrema
direita
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Foto:
Pixabay Public Domain
Imprevisível, mas com possibilidade
de resultados surpreendentes. Essa é a expectativa em relação às eleições
presidenciais que serão realizadas na França no próximo domingo (23).
O país, que vive
a disputa mais polarizada dos últimos 50 anos, poderá ter como novo presidente um radical de direita ou de esquerda.
A única aposta
mais provável de se concretizar, por enquanto, é que haverá segundo turno.
Entretanto, as chances
dos socialistas e republicanos – tradicionais rivais nas urnas e que se revezavam
no comando do país desde 1980 – são mínimas, o que confirma a decisão dos eleitores
franceses em radicalizar a disputa, confiando seus votos a políticos de visões
extremistas e, até certo ponto, preocupantes.
As propostas dos candidatos
radicais de extrema direita e esquerda são parecidas e vão desde o protecionismo
exagerado à xenofobia explicita, como a medida anti-imigração que visa reduzir
o número de estrangeiros ilegais no país de 200 mil para 10 mil.
Apesar do comportamento
dos eleitores da França ser um recado direto aos partidos tradicionais franceses,
que durante mais de três décadas se alternaram no comando no país, ele não é um fenômeno
apenas local.
O traçado eleitoral da França pode-se estender para a realidade eleitoral brasileira na
disputa pela presidência em 2018.
Excluindo-se alguns detalhes, a situação política e econômica da França é tão desfavorável
quanto a do Brasil e possui semelhanças com a nossa.
Lá, como aqui, o índice
de desemprego está elevado, o crescimento econômico abaixo do desejado e aquém da média
mundial, a insegurança e a instabilidade são crescentes e a decepção com os políticos
tradicionais é um fato incontestável.
Assim como os
franceses disseram aos políticos socialistas e republicanos tradicionais da França
que eles não são proprietários do poder, os eleitores brasileiros também podem resolver
dizer o mesmo aos dois partidos que polarizam as disputas eleitorais nos últimos
20 anos no país.
Desse modo, as
eleições presidenciais na França podem servir de exemplo, ou como um balão de
ensaio, para eleições gerais do ano que vem no Brasil.
Aqui como lá, a
possibilidade de haver surpresas e reviravoltas no cenário político é
grande.
Os eleitores
brasileiros, tal e qual os franceses, também
podem resolver optar pelo voto de protesto e indignação.
Candidatos com idéias
e promessas extremas, tanto à direita quanto à esquerda, também não vão faltar
por aqui nas eleições presidenciais do ano que vem.
Aliás, eles já
estão por aí, mostrando a cara, afiando os dentes, prontos para dar o bote.
De qualquer
forma, a eleição presidencial francesa mais imprevisível dos últimos 50 anos é
um fato político internacional importante que deve ser atentamente observado
por nós, afinal de contas, o Brasil pode se tornar a França de amanhã.
Bonne chance, France!
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