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Apesar de todos
eles, amanhã há de ser outro dia
Foto: Reprodução G1
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Em agosto de 2016,
o Brasil viveu um dos momentos mais traumáticos de sua histórica política e
democrática. O Impeachment da presidente Dilma Rousseff foi aprovado por
parlamentares que prometeram que iriam acabar com a corrupção e construiriam um país melhor.
Segundo rezava a
lenda, os problemas econômicos seriam todos resolvidos, a retomada do
crescimento estaria garantida, dias melhores e mais oportunos para todos eram certos.
Tudo isso, pronto
e acabado, seria entregue nos primeiros seis meses do novo e promissor governo.
Ontem (11), oito
meses depois, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, começou
a desfazer a mentira de que os políticos que encabeçaram as falsas promessas
queriam o fim da corrupção no Brasil.
Todas as outras
mentiras o presidente Michel Temer está se empenhando pessoalmente em desmentir
através das propostas de reforma trabalhista e previdenciária e da já aprovada terceirização
irrestrita.
Enganados por
parlamentares que se declaravam santos, verdadeiros arautos da honestidade e
acima de qualquer suspeita, dominados pela manipulação da informação que atribuía
a um mesmo político e a um só partido a culpa e a responsabilidade pela corrupção
que invadiu o corpo do Brasil como uma infecção generalizada, boa parte das
brasileiras e brasileiros também caíram definitivamente na real ontem.
Mas nem todos,
infelizmente.
Ainda é grande a
quantidade de pessoas que acreditam na honestidade ilibada dos seus ídolos de areia
e vento.
Nada mais natural,
porém inaceitável, em um país onde partido político virou time de futebol, com
direito a torcida organizada e fã clube.
É inacreditável
que, depois de todas as evidências e declarações, ainda existam pessoas sem
conseguir entender ou acreditar no que está acontecendo no Brasil.
Muitas ainda crêem
plenamente que seus ídolos políticos ou os que jogam no time de seu partido favorito
estejam na lista do ministro Fachin por engano, vítimas de vingança e de
perseguição.
A ignorância de
alguns cidadãos que não conseguem – ou não querem – enxergar o óbvio é absurda
e assustadora.
Sim, vocês foram
enganados e iludidos com mentiras mirabolantes e falsas promessas, meus caros
caras pálidas.
Todos os que estão
na lista do Fachin são corruptos, corruptores e iguais em desgraça. Do maior ao
menor ou vice-versa, inclusive o atual e os quatro ex.
Não importa se uns
receberam R$ 1,00 e outros R$ 1 milhão, todos os que estão lá fazem parte da
mesma quadrilha, jogam no mesmo time, possuem os mesmos interesses.
Entre os muitos, também
estão os mesmos que, usando da leviandade, ludibriaram e passaram a perna em
quem foi pra rua pedir o impeachment fabricado por eles mesmos para chegar ao
poder usando atalhos, pela via mais rápida.
Eles já não podem
mais se esconder atrás de seus apelidos.
O Santo (Geraldo
Alckmin), o Mineirinho (Aécio Neves), o Caju (Romero Jucá), o Italiano
(Palocci), o Primo (Eliseu Padilha), o Missa (José Carlos Aleluia), e os outros
mais de cem, todos tiveram seus vulgos desmascarados, suas verdadeiras
identidades e valores de propina minuciosamente revelados.
Se o pior cego é
a aquele que não quer vê, o Brasil está prestes a ocupar o primeiro lugar em número
de habitantes com deficiência visual política.
Já passou da hora
de parar de se iludir, Brasil.
Se o colírio da consciência
não for pingado o quanto antes nos olhos daqueles que não querem enxergar ou
aceitar a realidade, a cegueira e o analfabetismo político vão virar demência.
Aí vai ser a danação total. A tal corrupção, que deveria ter deixado de existir com o golpe branco, vai ter tomado conta de tudo e todos. Haverá a falência dos múltiplos órgãos.
Aí vai ser a danação total. A tal corrupção, que deveria ter deixado de existir com o golpe branco, vai ter tomado conta de tudo e todos. Haverá a falência dos múltiplos órgãos.
Contudo, a democracia ainda pode nos valer.
Que o povo brasileiro acorde antes e mude para valer, através do voto e nas urnas, sua triste realidade.
Que o povo brasileiro acorde antes e mude para valer, através do voto e nas urnas, sua triste realidade.
Caso contrário, o
resto vai ser silêncio ou fogo e ranger de dentes.