8 de abr. de 2018

IDEIA VIVA, LUZ PRÓPRIA

IDEIA VIVA, LUZ PRÓPRIA
Lula e o Povo: Tudo a ver.
Foto: Divulgação



A inviabilização da volta de Lula a Presidência da República atingiu seu ponto máximo ontem com a prisão dele em São Bernardo do Campo, seu berço sindical e político. Porém, o processo de desconstrução da imagem do maior líder político popular do Brasil e da América Latina nas últimas décadas deverá seguir seu curso, embora sem muito sucesso.

Impedir que Lula voltasse a governar o Brasil nunca foi suficiente para seus algozes. Afinal, apesar dele não ter mais o comando do país em suas mãos, não estava morto.

O fato é que, mesmo fora da presidência, Lula ainda continuava sendo uma grave ameaça para as elites que, com o impeachment de Dilma, sequestraram o Brasil.

Depois do impeachment, Lula passou a ser a possibilidade e o “risco real” de devolver o Brasil para os brasileiros.

Não bastava apenas anulá-lo política, moral e judicialmente. Era preciso também isolá-lo, mantê-lo fora do campo de visão do povo e do país, silenciá-lo, calar a sua voz.

Era preciso impedir que Lula continuasse a "vociferar" seus brados Brasil afora e dar ouvidos e voz a quem mais lhe deu atenção e reconhecimento nos últimos tempos: o brasileiro sofrido, e agora iludido, enganado e assaltado pelas falsas promessas do impeachment.

Na verdade, a tentativa de transformar Lula em um fantasma político começou quando esse nordestino, ex-metalúrgico e semi-analfabeto – como eles sempre fizeram questão de dizer – ousou pela primeira vez ser presidente do Brasil.

Depois que Lula conseguiu ser eleito, a vontade de detê-lo se intensificou diariamente de forma sistemática, na maioria das vezes, é bem verdade, com o apoio e o aval de alguns veículos da imprensa.

Esse desejo tornou-se obsessão quando Lula deixou claro para o Brasil e para o mundo, através de suas ações e projetos sociais, a que veio e para quem veio governar.

O poder de resistência e de renascimento de Lula também sempre incomodou e impressionou.  

Afinal, que cara esse que, mesmo chicoteado pela chibata da imprensa comercial, corporativa e hegemônica, açoitado pelas sucessivas negativas de um Judiciário seletivo e abandonado pela classe política golpista, consegue dar a volta por cima e se manter líder nas pesquisas? Esse cara é Lula.

Nos últimos dias, ao verem a tentativa de silenciar Lula seguir seu curso programado, muitos políticos ficaram surdos, cegos ou se fingiram de mudos. Por um lado pela conivência com os algozes do ex-presidente. Por outro, por pura inveja.

Eles sabem que jamais terão o carisma, a popularidade, o dom natural, a genuinidade política para representar o Povo brasileiro como Luiz Inácio Lula da Silva sempre teve e bem representou. Fato, aliás, reconhecido e reafirmado nacional e internacionalmente tanto por seus admiradores quanto por quem o desqualifica.

Quem esteve ontem em São Bernardo do Campo, ou viu as poucas imagens divulgadas pela mídia, sabe os reais motivos que levaram conjuntamente os três poderes constituídos do Brasil a isolar o “animal” político Lula atrás das grades.

Lula deixou claro em seu discurso horas antes de ser preso que tem o jeito, o cheiro, a alma, a garra, a sobrevida e o espírito do Povo brasileiro. Ou pelo menos, daqueles que se consideram Povo.

Deixar de ser um ser humano para se transformar em uma ideia e assim torna-se igual ao seu Povo, não é para muitos, mas para Políticos com P maiúsculo como Lula sempre foi.

Não quero aqui fazer de Lula um herói – até mesmo porque não acredito nem confio em heróis - ou negar seus erros políticos, ações inadequadas, atitudes equivocadas e algumas escolhas inconvenientes que ele fez. Reconheço-as e acredito que qualquer um é capaz de enumerá-las.

Contundo, acredito que Lula também as reconheceu. Sua luta para voltar a todo o custo ao comando do país é um indicativo de seu arrependimento.

Seus inimigos também reconhecem e sabem que, voltando ao poder, Lula, arrependido, faria muito mais e melhor do que fez e para quem fez. Daí a necessidade urgente e inevitável de encarcerá-lo.

Entretanto, reconheço também, como os ouros 47% dos brasileiros contrários à sua prisão - segundo pesquisa realizada pelo Datafolha – Lula como um grande líder político que soube enxergar seu Povo e as necessidades deles, dando-lhe a dignidade que lhe fora negada por centenas de anos.

Tenho, portanto, reconhecimento e gratidão por Lula e por tudo que ele fez pelos menos favorecidos. Só lamento que não tenha feito em seus dois mandatos a reforma agrária que o Brasil precisa.

Acredito sinceramente que não há provas em relação ao dito apartamento, que sequer está no seu nome - e por isso não foi confiscado como foram seus outros bens - que justificam sua condenação e prisão, mas respeito a opinião de quem se sentiu convencido da condenação dele por esse motivo menor.

Não basta apenas olhar a prisão de Lula sobre o aspecto emocional ou pela tentativa de santificá-lo ou demonizá-lo. Temos que analisar o que aconteceu ontem, sobretudo, sob a perspectiva e o olhar da História.

A prisão de Lula é resultado de um processo histórico que se repete e vai se repetir todas as vezes que alguém tentar desafiar e incomodar a elite que se acha poderosa e dona do Brasil.  É resultado sim da luta de classes.

Gostem ou não, uma coisa é inegável, tanto para os que o amam como para os que o odeiam: o legado de Lula já é histórico. Ninguém jamais vai conseguir apagar.

Lula permanece livre na mente, na memória, na ideia, no coração e na alma de centenas de milhares de brasileiros, preso ou em liberdade, absolvido ou condenado.

A estrela de Lula vai continuar acesa, afinal de contas, só continua a brilhar quem tem luz própria.


Força e resistência, Presidente Lula!


5 de abr. de 2018

SOU A FAVOR, MAS SOU CONTRA

Ao derrubas o Habeas corpus de Lula, SFT abriu as portas da prisão para o ex-presidente. Foto: Reprodução Pixabay Public Domain
Ao derrubar o Habeas corpus de Lula, o SFT abriu as portas da prisão para o ex-presidente.
Foto: Reprodução Pixabay Public Domain



O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou ontem, por 6 votos a 5, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja preso a qualquer momento.

Depois de 16 horas de discussão, os votos das juízas Rosa Weber e Cármen Lúcia expressaram bem a cara do atual STF: contraditório, partidário, questionável e dividido.

Ao defender que pessoas que estão sendo julgadas recorram a todas as instâncias judiciais ate serem condenadas em definitivo - como determina a Constituição - mas votar pela derrubada do Habeas corpus de Lula, Rosa Weber usou a justificativa do sou a favor, sendo contra.

Rosa Weber preferiu expressar sua contrariedade em relação às decisões em segunda instância com palavras retóricas quando o melhor – ou mais justo – deveria ser através da ação correta e da atitude original. 

Bastava que a ministra votasse a favor do Habeas corpus que assim deixaria clara sua posição - segundo ela própria consciente - a favor da Constituição e das decisões finais em primeira instância.

Weber optou por ser o mais do mesmo, quando poderia ter feito a diferença. Teria sido fiel a si mesma.

Por outro lado, a presidente do Supremo Cármen Lúcia optou, outra vez, por agir politicamente e, ao votar apenas Habeas corpus de Lula, decidiu não matar dois coelhos em uma única cajadada, decisão criticada dura e razoavelmente pelo decano Celso de Melo.

O STF optou claramente por adiar decisões importantes em benefício da judicialização e a favor da falsa crença de que, com a prisão de um ex-presidente, a impunidade e a corrupção estão definitivamente sendo combatidas no Brasil.

O STF permite que o ex-presidente seja encarcerado, mas continua deixando livres muitos irresponsáveis pegos e gravados em seus atos deliberados e comprovados de corrupção. 

Ao votar favoravelmente pela prisão de Lula, o STF, outra vez, deu um passo em falso para, mais adiante, dar dois pulos para trás.


10 de out. de 2017

EM QUEDA LIVRE

DORIA, ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL, PREFEITURA DE SÃO PAULO, POLÍTICA, BRASIL
Índices de aprovação de João Dória caem e aumenta a sensação de abandono da cidade de São Paulo
Foto: Pixabay.com


A resposta à administração ausente de João Doria no comando de São Paulo não poderia ser diferente: veio de dentro de sua própria casa. Os paulistanos parecem ter acordado e começaram a decretar o fim de uma lua de mel mal curtida.

O descontentamento com o governo doriano aumentou juntamente com a sensação de abandono da cidade, segundo pesquisa DataFolha. 

Se os índices de ruim e péssimo (39%) forem somados aos de regular (31%) a desaprovação do prefeito tucano chega a 70%.

Atualmente, Doria, que segundo seus opositores, está mais para caixeiro viajante do que para prefeito da maior cidade da América Latina, em sua atuação como prefeito tem vendido São Paulo a toque de caixa.

O santo de casa João Doria confirmou o dito popular: não está fazendo milagres. Nem mesmo os que prometeu.

A cidade de São Paulo não está só abandonada, mas parada mesmo. De tão travada e sem atitude que se tornou, a administração Doria não se compara e passa longe de ser igual ou melhor do que a anterior.

Programas sociais continuados por Fernando Haddad foram reduzidos, como a distribuição gratuita de leite, uniformes e transporte para crianças.

Alguns projetos que também funcionaram bem na administração de Haddad foram eliminados, como os das extintas secretarias de Políticas para as Mulheres e a de Promoção e Igualdade Racial.

Outros tantos correm diariamente sério risco de serem banidos, principalmente nas periferias paulistanas.

Tudo isso sem falar na redução drástica de verbas para as áreas da saúde, educação e cultura e na sanha desmedida do prefeito por privatizar tudo o que pode, inclusive o que dá lucro para a cidade.

São Paulo, a locomotiva do Brasil, tem andado na velocidade de lesma dos trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

Ações incorretas, midiáticas, fora de lugar e de contexto têm sido a marca de uma administração focada mais no marketing pessoal e na autopromoção política e menos nos interesses dos paulistanos.

Doria como gestor tem-se notabilizado como um político mediano, e vice-versa.

Ao largar São Paulo nas mãos da sorte e do azar, João Doria, que quer fazer da administração da cidade um trampolim para a presidência da República, se tornou o mau zelador de uma cidade abandonada por ele mesmo.

Restaram-lhe poucas alternativas: ou João Doria muda de estratégia e reassume o cargo que abandonou ou vai ser atropelado por sua ambição desmedida e acabará sufocado por seu ego inflado.

São Paulo, por si só, não pára. Nem perdoa.

Fica esperto, Brasil.

4 de ago. de 2017

PÉROLA RARA

LUIZ MELODIA, PÉROLA NEGRA, NEGRO GATO, MPB, MORRO DE SÃO CARLOS, ESTÁCIO, NEGRO GATO, MELODIA.
Luiz Melodia, O Pérola Negra, morreu aos 66 anos.
Foto: Divulgação

A MPB perdeu mais uma joia rara de sua coroa na madrugada dessa sexta-feira. Luiz Melodia, o Pérola Negra, partiu aos 66 anos, vítima de complicações decorrentes de um câncer, deixando uma história repleta de música e simpatia.

Carioquíssimo da gema, Melodia, que tinha como nome de batismo Luiz Carlos dos Santos, nasceu no morro de São Carlos, no Estácio.

Adotou o sobrenome artístico do pai, Oswaldo Melodia, funcionário público e músico amador boêmio do Estácio, um dos berços do samba carioca. 

A partir do Estácio, Melodia espalhou para todo o Brasil sua luminosidade através da voz suave empregada em grandes sucessos.

Tímido e de comportamento reservado, o supercarioca Luiz Melodia trazia a música impregnada no nome e na vida. Preferia cantar do que falar.

Era conhecido e admirado pelos amigos por sua simplicidade e singeleza, características que soube valorizar e utilizar com reconhecimento em todas as músicas que cantou e gravou.

Melodia, que quando jovem queria ser jogador de futebol, deixou de lado o sonho de ser ponta-direita do Vasco para se tornar um craque da MPB.

Ótima troca para ele e para nós que poderemos, todas as vezes que quisermos, nos alegrar com sua gentileza impregnada no seu Swing, na poesia singular de suas canções, na sua voz suave e gostosa de se ouvir.


RIP, Luiz Melodia!


3 de ago. de 2017

À MODA DA CASA

TEMER, JULGAMENTO DE TEMER, CONGRESSO NACIONAL, STF, BRASIL EM CRISE, POLÍTICA, PIZZA, À MODA DA CASA, FORNALHA, INFERNO, PURGATÓRIO.
Apesar de o primeiro round ter acabado em pizza, o mandato de Temer, e ele mesmo, continuam ardendo na fornalha.

Foto: Pixabay Public Domain
Sob as bençãos da maioria de votos necessários e da inércia de um povo que só se manifesta nas pesquisas, Michel Temer conseguiu escapar do inferno de ser julgado pelo STF, embora ainda vá ter que suar no calor da caldeirinha.

Faltaram empenho e vontade da população, disposição e disponibilidade dos opositores em convencer o país, a turma do vale tudo e eles mesmos da necessidade e da urgência de se inviabilizar um presidente que negociou sua absolvição à custa do dinheiro público e de relações promíscuas com seus aliados.

No atacado e no varejo, em plena luz do dia e não mais na penumbra do Jaburu, a olhos nus e ouvidos atentos, em alto e bom som e não aos cochichos e sussurros palacianos, Temer comprou sua salvação, conseguiu intento e segue rifando o Brasil.

Contudo, não sai, como esperava, tão fortalecido para o próximo combate em vias de ser anunciado por Rodrigo Janot.

Ficou claro que alguns Judas se arrependeram no meio do caminho. Porém, dificilmente devolverão as moedas com as quais foram comprados. Falta-lhes a consciência de cidadão, abunda-lhes a fraqueza de caráter.

Que no próximo round o povo se sinta encorajado e seja mais estimulado para que, a partir da gravidade das novas denúncias e da firmeza de quem realmente deseja ter de volta seu país, o resultado não acabe em pizza e o juízo final ocorra sem direito a repeteco nem misericórdia.

26 de jul. de 2017

ETERNA MADRE

EVITA, MARÍA EVA DUARTE, EVA PERÓN, ARGENTINA, MÃE DOS POBRES E DESCAMISADOS, JUAN DOMINGO PERÓN, PARTIDO FEMININO PERONISTA.
 María Eva Duarte, Evita, continua viva na memória dos argentinos 65 anos após ter morrido.
Foto: Reprodução


Eram 20h45 daquele sábado, 26 de julho de 1952, quando as emissoras de rádio locais anunciaram que María Eva Duarte, aos 33 anos de idade, saía da vida para ser eternizada na memória e no coração do povo argentino como uma das maiores e mais influentes personalidades políticas de todos os tempos.

Evita, após ter sido derrotada por um câncer diagnosticado alguns anos antes, mas tratado de forma insuficiente, a partir daquela data passou a integrar o imaginário afetivo e histórico de uma imensa massa de argentinos.

Imediatamente após sua morte, as ruas de Buenos Aires viraram o centro da peregrinação de milhares de cidadãos órfãos daquela que fora considerada por muitos mãe, amiga, estadista e líder política.

Muitos descamisados – era assim que Evita chamava os pobres - se comportaram como se o país inteiro tivesse apenas uma única cidade e um só destino: Buenos Aires.

Durante duas semanas, mulheres, homens, idosos e crianças velaram e choraram a morte da “Madre de los pobres y descamisados.”

Entretanto, 14 dias foram insuficientes para apagar a dor e serenar os corações dos argentinos, tanto que o corpo de Evita foi embalsamado e ficou exposto à visitação pública durante pelo menos dois anos.

Em 1955, o corpo de Evita foi roubado e enterrado na Itália para, somente mais de 20 anos depois, encontrar sepultura definitiva na Argentina.

Tamanha comoção, dor e reverência dos descamisados argentinos foi justificada pelo fato de Evita Perón ter sido considerada a maior figura púbica feminina a dedicar seu carisma, sua influência política e sua persistência em solidariedade ao povo e às questões sociais dele.

Vida difícil, ascensão meteórica

Filha de um relacionamento extraconjugal entre uma costureira e um grande fazendeiro, mal querida pelos meio-irmãos, Evita aprendeu desde criança a conviver com sentimentos opostos e a superar adversidades.

Aos 15 anos de idade mudou-se sozinha para Buenos Aires em busca do sucesso como atriz, mas nunca obteve reconhecimento considerável da classe artística nem da crítica, apesar de ter feito participações em filmes, atuado em radionovelas e incursionado pelo teatro.

Em 1944, ao conhecer Juan Domingo Perón, 24 anos mais velho do que ela, Evita, que quando adolescente afirmara que só se casaria com um príncipe ou um presidente, conseguiu realizar seu segundo sonho e viver seu melhor papel: o de primeira-dama estadista.

Não poupou esforços para efetivar sua união com Perón a ponto de falsificar os documentos e mudar seu nome de Eva María Ibarguren para María Eva Duarte.

Apesar de ter atuado em defesa dos argentinos menos favorecidos e ter ajudado a devolver a dignidade a muitos cidadãos construindo escolas, hospitais, lares para mães solteiras, asilos para idosos, distribuído alimentos e roupas através da Fundação Eva Perón, Evita dividiu a opinião dos militantes da esquerda e da direita argentina.

Mesmo tendo criado o Partido Peronista Feminino e atuado para que o voto das mulheres passasse a ser considerado um direito em 1947, Eva Perón não foi aclamada pela esquerda da Argentina como uma militante, chegando a ser chamada de assistencialista e acusada de populista por seus adversários.

Atriz, estadista, política, mulher destemida e de ascensão rápida e passagem meteórica pela vida, Evita, a menina decidida e líder de braços sempre abertos para os mais necessitados, ainda continua sendo lembrada tanto pelo o que fez como pessoa pública quanto pelo que provocou na história da Argentina e dos que ainda reconhecem nela a representação marcante e intensa de seu povo.
 
Hoje, passados 65 anos após sua partida, Evita ainda está viva na memória de seu povo como sempre sonhou. Segue sendo amada e reverenciada além morte. Permanece como um mito ainda não substituído no ideário político e afetuoso de milhares de argentinos .

FRASES

“Onde há uma necessidade, nasce um direito.”

“Eu não queria nem quero nada para mim. A Minha glória é e será sempre Perón, escudo e bandeira do meu povo. E, enquanto na estrada deixar pedaços da minha vida, sei que você recolhe meu nome e carrega a bandeira para a vitória.”

“Como mulher sinto a ternura das pessoas de onde eu vim.”

“É chegada a hora da mulher que compartilha uma causa pública e a hora da morte da mulher com valor numérico e inerte dentro da sociedade.”

“De nada valeria um movimento feminino em um mundo sem justiça social.”

“Se este povo me pedisse a vida, daria cantando, porque a felicidade de um descamisado vale mais do que toda minha vida.”

“A pátria não é patrimônio de nenhuma força. A pátria é o povo e nada pode se sobrepor ao povo sem que corram perigo a liberdade e a justiça.”

“Nossa pátria não será mais uma colônia ou a bandeira tremulará sob suas ruínas.”


“Ninguém, senão o meu povo me chama de Evita. Quando escolhi ser Evita, escolhi o caminho do meu povo.”


21 de jul. de 2017

NA PONTA DO DEDO

APLICATIVOS BANCÁRIOS, INTERNAUTAS, BANCO DIGITAL, BANCO NA PONTA DOS DEDOS, TRANSAÇÕES BANCÁRIAS, APP.
Aplicativos de bancos já são usados por 79% dos internautas, aponta estudo.
Foto: Pixabay.com


Pesquisa trimestral online realizada em junho desse ano pelo CONECTAi Express, plataforma  web do IBOPE Inteligência, revelou que 79% dos 2.000 internautas entrevistados utilizam pelo menos um aplicativo de banco para fazer transações.

O estudo ratifica o pensamento em relação à  facilidade que os aplicativos bancários oferecem exatamente pela possibilidade que têm de permitirem o acesso à conta corrente para a realização de transações a qualquer hora do dia e em qualquer lugar.

Entretanto, a pesquisa apontou que apenas 1/3 dos entrevistados usam a ferramenta somente para consulta. Muitos ainda preferem ir diretamente à agência ou utilizar o internet banking e caixas eletrônicos para realizarem suas operações. 



Pagamentos, transferências e recargas de celular são as principais operações realizadas pelos 2/3 dos entrevistados que fazem consultas e transações via app.




Os aplicativos da Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil são os mais utilizados, segundo o estudo.






27 de jun. de 2017

POÇO SEM FUNDO

DIRETAS JÁ, CRISE, TEMER, JANOT, PGR, POÇO SEM FUNDO, EXECUTIVO, LEGISLATIVO, JUDICIÁRIO, TRÊS PODERES, BRASIL, RENÚNCIA
O Brasil está prestes a entrar em um poço sem fundo e dificilmente voltará do exílio
Foto: Pixabay Public Domain
A quebra de braço entre os três poderes está prestes a alcançar seu ponto máximo nos próximos meses. A denúncia da Procuradoria Geral da República contra Michel Temer confirmou as ações ilícitas do presidente.

A decisão da PGR não só ratifica a desarmonia entre Executivo, o Legislativo e o Judiciário como também torna mais improvável uma solução pacífica para crise ética, política, econômica e institucional vivida pelo Brasil.

Aliás, o país é o que menos importa no emaranhado de denúncias, suspeitas, intrigas, verdades e mentiras enredadas pelos egos inflados de orgulho e alimentados pela desonra protagonizada pelos três lados envolvidos.

Qualquer um dos três poderes que não pecou que atire a primeira pedra. Nenhum o fará, decerto. Todos estão iguais em desgraça para o azar do país.

Que se dane o Brasil. Às favas o povo brasileiro.

O que importa de fato, em nome de uma governabilidade de compadres, é a manutenção de um modelo político sujo, corrompido, corroído, desgastado por sua própria ineficiência e refém de um sistema econômico decadente que beira o colapso de tão brutal e ineficiente que se tornou.

A podridão e o nível de envolvimento que abraça a todos os encurralados retiram de cada um deles a condição de saber quem diz realmente a verdade, impossibilita-os até mesmo de fazerem uso da dignidade que, de tão curta e distante, não lhes cabe mais.

O buraco em que se meteram - e enfiaram junto o país – está tão baixo que já se tornou subterrâneo.

A única saída possível é devolver o Brasil para os brasileiros através de eleições diretas, já que o presidente nomeado se recusa a adotar a solução, por enquanto, ainda digna.

Temer se recusa a renunciar sob o argumento de que estaria confessando sua culpa.

Insiste em se comportar como se não tivesse errado, age como quem pensa que há algum brasileiro que realmente acredita em sua inocência ou como quem está protegido pelos segredos que sabe de seus iguais.

Ou as eleições diretas são antecipadas ou sequer chegaremos ao fundo do poço, já que o poço não terá mais fundo.

Caso a decisão democrática não seja adotada, o Brasil demorará a sair da enrascada em que o meteram e tardiamente voltará do exílio.

1 de jun. de 2017

OVERDOSE MUSICAL

Sargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band, Beatles, Quarteto de Liverpool, Paul Mccartney, John Lennon, George Harrison,  Ringo Star, Peter Blake, Jann Harworth, Chris Backer,
Sargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band ainda é o LP mais emblemático da história do Rock
Foto: Reprodução
NO dia 1º de Junho de 1967 os olhos e os ouvidos dos amantes da música se voltaram atentos para os Estados Unidos. A data marcou o lançamento do legendário Sargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band pelos Beatles.

Meio século depois, o disco ainda continua sendo celebrado como um dos maiores e mais emblemáticos álbuns do quarteto de Liverpool e da história do Rock.

O Sargent Pepper’s foi sucesso de vendas e confirmou o Beatles como a banda de rock mais influente de todos os tempos.

O vinil também alcançou pioneirismo ao incorporar uma capa dupla com as letras completas de suas 13 faixas

O LP histórico reuniu talento, criatividade artística e engenharia sonora em um experimento que, a principio parecia conceitual, mas que se tornou um dos produtos artísticos mais populares, ricos e inovadores ao longo dos anos.

O disco junta e mistura com bom gosto, humor, ousadia, estilos musicais e artísticos diversos que vão do circo à música clássica em uma viagem exuberantemente psicodélica de sons, cores e sentidos que resultaram em um tremendo sucesso de venda, público e crítica.

O Sargent Pepper’s surgiu em um momento delicado da carreira dos Beatles, logo após a banda ter realizado uma série de turnês em que, da mesma forma que os astros eram reverenciados em alguns países, também eram hostilizados em outros.

Todo esse descompasso ocorreu pelo fato do quarteto ter assumido posturas que desagradaram alguns fãs, e em decorrência de John Lennon ter afirmado que eles eram mais populares que Jesus Cristo.

Essas controvérsias foram a gota d’água para que Paul Mccartney, John Lennon, George Harrison e Ringo Star reconsiderassem as viagens do grupo e dessem adeus definitivo às temporadas de turnês, ainda em 1966.

Porém, o Sargent Pepper’s emplacou. O disco ficou 27 semanas na top parade do Reino Unido e três meses e meio como número um nos Estados Unidos.

Além das músicas, a capa do disco, aclamado com o mais importante da história do Rock, e que em 2011 vendeu mais de 35 milhões de cópias, também é considerada uma obra de arte, um capítulo à parte cheio de histórias e simbolismos.

A capa, criada por Peter Blake e Jann Haworth a partir de uma ideia nascida na mente inventiva de Paul Mccartney, que também sugeriu o nome do disco, reuniu em uma mesma foto gurus, artistas, jogadores de futebol e escritores.

A dupla capa, outra inovação da época, foi a vencedora do Grammy na categoria de artes gráficas em 1968, mas a empreitada só foi realizada porque contou também com o trabalho coletivo de pelo menos dez artistas.

Entre as celebridades que ilustram a capa principal do disco estão, lado a lado, ícones como Paramanhansa Yogananda, Bob Dylan, Marlon Brando, Marlene Dietrich, Oscar Wilde, Sonny Liston e Albert Stubbins.

Há relatos de que John Lennon propôs que as imagens de Jesus Cristo e de Adolf Hitler também fizessem parte do grupo de personalidades estampadas na premiada capa, mas a sugestão foi imediatamente rejeitada por todos os integrantes do projeto.

Anos depois, a capa seria recriada por artistas gráficos em álbuns de outros astros do mundo da música.

A última recriação ocorreu no ano passado pelas mãos do artista inglês Chris Backer.

A reprodução trazia estampadas as imagens de celebridades que morreram em 2016, e fazia paródia a um dos principais eventos políticos do ano.

No espaço que ocupava o nome do Beatles foi colocada a expressão Brexit, referência ao plebiscito que marcou a saída do Reino Unido da União Européia.

Cinco décadas depois de seu lançamento, Sargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band, primeiro produto musical a viralizar em uma época em que não havia redes sociais, continua insuperável.

Verdadeira overdose criativa e musical, o agora coroa Sargent Pepper’s segue alegrando o coração solitário dos fãs dos Beatles, apimentando o Rock, e tem tudo para permanecer artisticamente insuperável durante os próximos 50 anos.



19 de mai. de 2017

ELEIÇÕES DIRETAS JÁ!

DIRETAS JÁ, CRISE POLÍTICA, TEMER, CONSTITUIÇÃO, BRASIL, POVO BRASILEIRO, GOLPE, CONTRAGOLPE, JBS, MERCADO.
Eleições Diretas: O Brasil de volta para os brasileiros
Foto: Paulo Pinto/AGPT - Fotos Públicas 29/05/2017



O dia seguinte de Michel Temer, após as supostas denúncias de conivência com a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha e com as ações ilícitas praticadas e sugeridas pelo executivo da JBS, deixou o presidente do país em suspensão e lançou a sorte do Brasil em um mar revolto de incertezas.

O clima de complô, conspiração, tentativa de golpe, acusações, faz que vai, mas não vai, daqui não saio, daqui ninguém me tira, só aprofunda a situação de instabilidade política, deflagra guerra entre os três poderes, deixa a população à deriva.

O resultado da soma das denúncias que, no mínimo, comprometem seriamente Michel Temer e reafirmam a relação promíscua entre o público e o privado, multiplica o ódio, diminui as chances de retomada de crescimento, divide o país. É uma conta que não fecha.

Sabemos que, na visão torta dos maus políticos brasileiros e na concepção desumana do capitalismo de compadres praticado largamente no Brasil, o povo é um mero detalhe.

Porém, o mínimo de respeito e decência, por mais que a população não signifique muito, ainda se fazem necessários, até mesmo porque, ainda, é o voto dessa massa que é vista como insignificante que elege esse bando de inconseqüentes.

A saída de Michel Temer do comando do país, seja por impeachment, cassação de chapa ou renúncia é certo que não vai mudar muito a forma como economia é conduzida e o modo como as reformas estão sendo impostas, mas é inevitável.

Qualquer um que venha substituir Temer por meio de uma das três possibilidades que se apresentam terá que, obrigatoriamente, dar continuidade à agenda política e econômica do atual presidente.

A maneira como uma provável substituição de Temer está sendo tratada faz com que a troca de presidente não dependa da decisão popular. É um pressuposto estabelecido por quem condicionou a chegada Temer ao poder: o mercado.

Se Temer sair, cair ou for derrubado, e a escolha de seu sucessor acontecer por via indireta, será novamente o mercado quem vai determinar quem deve ser o presidente tampão. Basta ver a lista de nomes que estão se cogitados.

As propostas de reforma trabalhista e da Previdência do governo atual estão sendo claramente ditadas pelo mercado.

Isso só ocorre porque não foi o povo, por livre e espontânea vontade expressada através do voto, quem colocou o atual presidente no comando do país. Foram os interesses financeiros.

Somente eleições gerais e o voto popular, processos legitimamente democráticos, podem devolver a paz e a serenidade ao país e condicionar as decisões políticas e econômicas que o novo presidente irá tomar às necessidades e à vontade do povo.

Caso isso não ocorra, um provável presidente eleito pelo Congresso também terá que se submeter incondicionalmente às mesmas vontades do capitalismo de amigos praticado ininterruptamente no país, tornando-se refém das exigências do mercado e de um sistema decadente.

Eleição direta, mas do que nunca no Brasil, significa devolver ao brasileiro o direito que ele sempre teve e que, em hipótese alguma, lhe deve ser negado: o poder de decidir o que é melhor para ele e para o país.

Por mais que se concorde ou se discorde que o brasileiro ultimamente fez escolhas erradas através do voto, a decisão soberana e a responsabilidade pelas escolhas que ele fez, ou que venha a fazer, deve ser inevitável e exclusivamente dele. Sempre.

Enquanto o poder emanar do mercado e em nome dos interesses deles for exercido, dificilmente teremos justiça social, igualdade de direitos e respeito integral no Brasil.

Portanto, a solução para atual crise política do país é rápida, fácil e sem dor: basta que se cumpra a Constituição quando ela diz claramente que todo poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido. 

Simples assim.