Foto: Reprodução |
Um dos maiores problemas
de interesse social, a falta de saneamento básico em boa parte dos mais de 5.500 municípios brasileiros expõe
situações de desrespeito à saúde pública e revela as diferenças de tratamento
dado aos milhares de cidadãos nas cinco regiões do país.
A insuficiência de investimentos e ausência de acompanhamento regular direto comprovam que saneamento público e tratamento adequado de água e esgotos
ainda não são prioridade por parte dos governantes brasileiros, favorecendo o surgimento de
novas valas a céu aberto onde dejetos correm livremente.
Dados
divulgados recentemente pelo Instituto
Trata Brasil, organização de interesse público que trabalha para que o
saneamento básico seja garantido a todos os cidadãos, revelaram que metade da
população brasileira ainda continua sem acesso a um sistema de tratamento de água e esgoto adequado e respeitoso.
O
estudo apontou que mais de 100 milhões
de cidadãos ainda utilizam procedimentos improvisados e inadequados para
descarte de dejetos, muitos deles depositando essas substâncias altamente nocivas e poluentes diretamente nos rios e córregos.
Em
2007 quando a Lei de Saneamento Básico finalmente foi criada, somente 42% dos brasileiros eram
atendidos por rede de esgoto e 80,9%
eram beneficiados com abastecimento de água.
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Fonte: Instituto Trata Brasil |
Passados
10 anos, os avanços foram mínimos e insuficientes e os índices evoluíram apenas
8,3%.
Em
estados da região Norte menos de 50%
da população é abastecida com água tratada e 7,4%
possuem rede de esgoto.
No Amapá esse índice é ainda absurdamente irresponsável. Lá, apenas 34% dos habitantes são
abastecidos por água limpa e 3,8% possuem
esgotamento sanitário.
Em nosso país, a falta de saneamento básico e de água tratada são sinônimos de
desigualdade social gritante. Desmascaram e aprofundam o oceano de desrespeito
à dignidade e à pessoa humana.
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Fonte: Instituto Trata Brasil |
A
teimosia dos governantes em tratar o problema como política de governo, invés de política de estado, subtrai e segrega.
No
país em que as misérias e flagelos sociais não são eliminados, mas remediados, a
falta de tratamento sanitário básico é um fosso aberto para o (re)surgimento de
doenças, para o agravamento de transtornos ambientais e o aumento de prejuízos econômicos.
O Estado brasileiro se contradiz e cria um ambiente acolhedor para a proliferação de moléstias que ele mesmo diz está trabalhando incansavelmente para eliminar.
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Fontes: Instituto Trata Brasil e SNIS |
Ao
insistirem em fazer vistas grossas e pregarem um discurso descolado da prática e
da realidade, os homens públicos de fachada vão continuar condenando milhares de
brasileiros à morte e fazendo com que o país permaneça boiando na imundície das
fossas fétidas que a politicagem brasileira insiste em manter abertas aos olhos do mundo.
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