16 de nov. de 2015

CONTAGEM REGRESSIVA


Foto: Reprodução

Faltando pouco menos de um ano para as eleições municipais, as primeiras movimentações visando o pleito de 2016 começam a acontecer, apesar das dúvidas e incertezas em relação à economia e ao destino do governo federal.

Partidos e pré-candidatos já discutem possíveis alianças, estratégias de campanha, propostas políticas. 

A julgar pelas pesquisas de intenção de voto divulgadas recentemente, a polarização entre PT e PSDB tende a não acontecer de forma tão intensa como nas últimas eleições. 

O Partido dos Trabalhadores poderá ter um rendimento bem abaixo do esperado. Muitos "companheiros" já estão abandonando o barco. 

A decepção dos brasileiros com a classe política, e muito mais com o PT, tem deixado os eleitores desestimulados e no limite da desesperança.

Esse estado de coisas cria um ambiente favorável para, o que antes era apenas uma incipiente tendência, se transforme em uma terrível realidade: a insatisfação generalizada do povo brasileiro está fortalecendo uma prática até então comum nas capitais, mas que tem fincado raízes e já se estende para as grandes cidades, ou seja, a ascensão dos artistas políticos.

Capitaneados pela audiência midiática e gerados no ventre das emissoras de rádio e TV, e agora das redações jornalísticas, eles vêm substituindo os políticos artistas e têm ganhando força, visibilidade e, o que é pior, estão conquistando o gosto e a preferência do eleitorado. 

Paladinos da justiça, moralistas de plantão, defensores dos fracos e dos consumidores oprimidos, religiosos fundamentalistas ou carolas, esses homens e mulheres estão sendo reconhecidos como os novos salvadores da pátria. 

O mais preocupante é que o povo tem se identificado, se espelhado e acreditado neles.

Pops stars, jornalistas ou celebridades que até ontem sequer tomavam posição ou se manifestavam contra ou a favor de qualquer assunto relacionado ao país, hoje eles assumem posturas definidas e expõem opiniões diversas com propriedade e alto poder de convencimento.

Reacionários, oportunistas, na berlinda ou em evidência, muitos sequer já estiveram nas regiões periféricas das cidades, mas falam como se sentissem na pele a realidade segregadora e limitante dos grandes rincões brasileiros.

Se antes eles se contentavam em ser coadjuvantes, hoje querem ser o personagem principal.

É triste reconhecer que a transferência afetiva midiática que o brasileiro tem demonstrado por esses ídolos reluzentes poderá ser o fiel da balança em 2016, graças à politicagem inconsequente dos profissionais de carteirinha espalhados no Congresso Nacional, nas Assembleias Legislativas e nas Câmaras Municipais.

Tomara que tudo isso não passe de suposição e que, parafraseando o poeta pernambucano Manuel Bandeira, o cálculo das probabilidades seja uma pilhéria. Caso contrário, só nos restará lamentar.

Que o povo acorde a tempo e que os pseudos políticos e os oportunistas bolas da vez e do momento se liguem.

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