Faltando
pouco menos de um ano para as eleições municipais, as primeiras movimentações
visando o pleito de 2016 começam a acontecer, apesar das dúvidas e incertezas
em relação à economia e ao destino do governo federal.
Partidos
e pré-candidatos já discutem possíveis alianças, estratégias de campanha,
propostas políticas.
A
julgar pelas pesquisas de intenção de voto divulgadas recentemente, a
polarização entre PT e PSDB tende a não acontecer de forma tão intensa como nas
últimas eleições.
O
Partido dos Trabalhadores poderá ter um rendimento bem abaixo do esperado.
Muitos "companheiros" já estão abandonando o barco.
A
decepção dos brasileiros com a classe política, e muito mais com o PT, tem
deixado os eleitores desestimulados e no limite da desesperança.
Esse
estado de coisas cria um ambiente favorável para, o que antes era apenas uma
incipiente tendência, se transforme em uma terrível realidade: a insatisfação
generalizada do povo brasileiro está fortalecendo uma prática até então comum
nas capitais, mas que tem fincado raízes e já se estende para as grandes
cidades, ou seja, a ascensão dos artistas políticos.
Capitaneados
pela audiência midiática e gerados no ventre das emissoras de rádio e TV, e
agora das redações jornalísticas, eles vêm substituindo os políticos artistas e
têm ganhando força, visibilidade e, o que é pior, estão conquistando o gosto e
a preferência do eleitorado.
Paladinos
da justiça, moralistas de plantão, defensores dos fracos e dos consumidores
oprimidos, religiosos fundamentalistas ou carolas, esses homens e mulheres
estão sendo reconhecidos como os novos salvadores da pátria.
O
mais preocupante é que o povo tem se identificado, se espelhado e acreditado
neles.
Pops
stars, jornalistas ou celebridades que até ontem sequer tomavam posição ou se
manifestavam contra ou a favor de qualquer assunto relacionado ao país, hoje
eles assumem posturas definidas e expõem opiniões diversas com propriedade e
alto poder de convencimento.
Reacionários, oportunistas,
na berlinda ou em evidência, muitos sequer já estiveram nas regiões periféricas
das cidades, mas falam como se sentissem na pele a realidade segregadora e
limitante dos grandes rincões brasileiros.
Se
antes eles se contentavam em ser coadjuvantes, hoje querem ser o personagem
principal.
É
triste reconhecer que a transferência afetiva midiática que o brasileiro
tem demonstrado por esses ídolos reluzentes poderá ser o fiel da balança em
2016, graças à politicagem inconsequente dos profissionais de carteirinha
espalhados no Congresso Nacional, nas Assembleias Legislativas e nas Câmaras
Municipais.
Tomara
que tudo isso não passe de suposição e que, parafraseando o poeta pernambucano
Manuel Bandeira, o cálculo das probabilidades seja uma pilhéria. Caso
contrário, só nos restará lamentar.
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