17 de nov. de 2015

INTELIGÊNCIA SUBESTIMADA


Foto: Vicente Gilardi/Fotos Públicas (15/11/2015)
Paris começa a voltar ao normal quatro dias após o massacre que manchou de horror e sangue ruas da cidade e resultou em pelo menos 130 mortos e mais de 350 feridos. O governo francês resolveu agir de uma forma mais contundente e tomou medidas radicais em relação a defesa de seus territórios na possibilidade, sempre iminente, de novos ataques.

Depois do fracasso e da demora dos serviços de inteligência franceses em identificar os responsáveis e evitar a carnificina que chocou o mundo, o presidente François Hollande está isolado. Até agora só recebeu ajuda efetiva da Bélgica, que também falhou em não identificar imediatamente terroristas infiltrados no país e a potencial ameaça de atentado.

A notícia de que o governo do Iraque havia avisado autoridades francesas dos ataques um dia antes fortalece a ideia de que Hollande falhou e subestimou o poder de ação do Estado islâmico.

O Califado está cada vez mais organizado e articulado. A estratégia de recrutar aliados dentro dos próprios países em que realizam seus ataques tem dado certo e invalidado as ações da inteligência internacional.

A máxima de que a melhor defesa é o ataque é ousada, mas no caso da França se torna potencialmente arriscada porque o governo ainda não tem uma completa noção de quantos terroristas franceses existem em seu território nem qual é a medida exata do poder de fogo que esses fundamentalistas possuem.

Os ataques colocam em risco a decisão dos países europeus em receber e abrigar imigrantes fugidos da guerra civil síria. Muitas fronteiras já foram fechadas. 

Não só os países  da Zona do Euro que estão cautelosos em receber as multidões vindo da Síria. Os próprios imigrantes também já estão receosos em entrar na Europa.

Parece que o medo e o terror psicológico, objetivos claramente pretendidos pelo Estado Islâmico, têm surtido efeito. Pelo menos por enquanto.

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