18 de nov. de 2015

OS MORDE, MAS ASSOPRA


Foto: José Cruz/Agência Brasil (17/11/2015)

O PMDB divulgou ontem (17/11) um documento intitulado de “Uma ponte para o Futuro”. Nele, o partido não só apresenta as alternativas econômicas que adotaria no caso de um possível impeachment da presidente Dilma, mas se coloca como sendo “a alternativa” em substituição à Dilma e à sua política econômica.

Mais do que o estudo e as ideias em si, chamou a atenção a forma e as circunstâncias como as propostas foram apresentadas. Os peemedebistas aproveitaram a ausência de Dilma (ela está participando do G20 na Turquia) e o momento presidente em exercício de Michel Temer para botar, outra vez, as asinhas de fora.

Sui generis. Coincidência? Nem um pouco, meu caro amigo cara pálida. Tudo aconteceu de forma orquestrada e deliberada mesmo. Dividindo a regência da batuta estavam Temer, Cunha, Renan, Sarney e companhia limitada. Aliás, o PMDB é um partido jurássico. Somando as idades de todos que estavam presentes, regrediríamos até a era da pedra.

O PMDB é, no mínimo, curioso. Melhor: engraçado. Um partido que não se decide, mas que insiste em ficar em cima do muro, mesmo quando decide sair de cima do muro. É realmente um partido que não dá para acreditar nem levar a sério. É Maria vai com as outras e ao mesmo tempo quer ser independente. É o avesso do avesso do avesso do avesso, parafraseando Caetano Veloso.

Seus integrantes parecem as personagens da peça teatral “As três irmãs”, do russo Tchekhov. Querem ir embora, mas fazem de tudo para ficar. O partido Denorex, aquele que parece, mas não é. O Si, pero no mucho!

Enquanto os peemedebistas continuarem adotando o método morde, mas assopra e agindo sorrateiramente, vai ser difícil acreditar neles e em qualquer proposta que eles façam, mesmo ela parecendo ser a melhor possível.
Local: SÃO PAULO São Paulo, São Paulo - SP, Brasil

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