24 de fev. de 2016

CAMINHOS OPOSTOS


Presidente Dilma Rousseff
Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil (10/12/2014) Fotos Públicas


A presidente Dilma Rousseff e o PT parecem estar cada vez mais distantes. A relação que já não era muito boa, tornou-se pior depois que a imprensa divulgou na última sexta-feira (20/02) que o governo poderá adotar medidas drásticas através de uma nova reforma fiscal.

A possibilidade de mexer ou mudar a forma de reajuste do salário mínimo foi o estopim e a gota d’água para que o descontentamento atingisse o limite da exaustão, conforme informou a jornalista Mônica Bérgamo em sua coluna na Folha de S. Paulo.

Fazer uma DR, ou seja, discutir a relação, parece passar longe das intenções de ambos os lados. As mágoas e os ressentimentos recheados de orgulho ferido não deixam.

O foco central da iminente separação é, do lado de Dilma, os respingos que as denúncias que envolvem o partido têm provocado na imagem da presidente que vê, a todo tempo, sua competência e honestidade colocadas em dúvida e misturadas ao balaio de gatos que se tonou o PT.

Do lado do Partido dos Trabalhadores a insatisfação se dá por conta do estilo Dilma de governar e das decisões que ela toma sem consultar o partido. 

A presidente, aos olhos do PT, tornou-se rebelde e traiu a confiança petista ao dar a entender que pode adotar medidas que colocariam em risco as conquistas sociais implantadas nos mandatos de Lula.

O fato é que há algum tempo a relação entre ambas as partes se tornou fria e formal. Desde que foi reeleita, Dilma vive uma crise de solidão política.

Isolada no Planalto, mantém-se distante e é mantida à distância também. Os dois lados vivem uma relação de aparência e de conveniências, embora neguem.

As cobranças e desabafos descontentes têm justificativas parecidas: O PT acusa a presidente de não defender o partido e Dilma acusa o partido de não apoiar publicamente as medidas adotadas por seu governo.

Nessa relação afetivamente machucada, a preocupação não é se os dois lados vão voltar a caminhar juntos, mas até que ponto uma possível ruptura pode prejudicar a governabilidade do país.

Brigas entre comuns são normais, acontecem sempre. Separações também, assim como reconciliações. A preocupação é o que de bom e ruim isso pode resultar para o Brasil.

Aí a relação não diz respeito apenas ao "casal", mas a todos nós. De qualquer forma, que a solução, seja qual for, ocorra para o bem do país. Afinal de contas, os governos passam, mas o Estado fica.

Contudo, humildade e canja de galinha não fazem mal a ninguém. Além do mais, “nem sempre é preciso sacrificar um animal ferido. Ás vezes basta apenas extrair o espinho da pata dele”.


Local: SÃO PAULO São Paulo, São Paulo - SP, Brasil

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