Na
política a maioria das situações acontecem de forma estranha e aparentemente
desordenada. Não importa a lógica, mas o sentido prático das coisas, desde que
se consiga o objetivo desejado.
Comportamentos
insistentes fazem com que o agir e o pensar político muitas vezes ocorram
impulsivamente, sejam quais forem as consequências boas ou más que deles possam
advir.
O
que interessa é o poder, combustível que alimenta e comanda a vontade dos
políticos e dos antipolíticos. Poder que, entre mil faces e disfarces, torna-se
benção ou maldição.
Enfim, é esse o desejo que os une nossa classe política e, em algum momento, pode torná-los iguais.
Enfim, é esse o desejo que os une nossa classe política e, em algum momento, pode torná-los iguais.
Muitos
desses Zoon Politikon ou animais políticos, invés de, ao menos, serem
maquiavelistas, preferem ser maquiavélicos, pois assim seus fins e seus meios
são justificados (ou injustificados) por si sós, sem remorsos nem pudor, mesmo
que distorçam o real sentido das coisas e provoquem danos irreparáveis.
O
objetivo é causar. Fazer barulho para chamar a atenção, desestabilizar, afinal
de contas é preciso o caos para que se estabeleça a ordem.
A
prisão do marqueteiro João Santana e sua esposa é mais um passo para tirar do
poder quem foi democraticamente eleito pelo voto da maioria, não importa se a
vitória foi absoluta ou apertada.
O
que não sai por cima, sai por baixo. Água mole em pedra dura, tanto bate até
que fura. De tanto ir à fonte, o vaso um dia quebra. Quem procura, acha. Ditos
populares simples, mas capazes de exprimir e sintetizar o sentimento dos
derrotados e do momento atual.
Já
não importa mais "cortar o mal pela raiz", é preciso impedir que ele
se expanda e finque raízes onde está. Por isso, em vez do golpe, a lei e seus
argumentos duvidáveis.
Mudou-se
o meio, mas o fim continua o mesmo.
Muitos brasileiros acreditaram,
talvez por um surto momentâneo de ingenuidade romântica, que a Operação Lava Jato seria uma oportunidade efetiva para se limpar o Brasil.
Hoje,
a partir das últimas atitudes de seus juízes e da vontade insaciável deles
em achar pelo em ovo, começa-se a suspeitar de suas “boas intenções” e a acreditar
que o que querem de fato é favorecer seus pares.
Tanto os parlamentares quanto os juízes parecem dispostos a fazer isso a todo custo, mesmo que tenham que criar argumentos
incontestáveis para favorecer a lógica aparentemente desordenada da
política.
Aí
sim, infelizmente, os fins vão justificar os meios.
Precisamos
de fato limpar o Brasil. Fazer isso a todo custo pode até ser digno, mas a
partir do momento em que põe em risco a estabilidade do país, passa a ser
irresponsável, maléfico e egocêntrico. E isso é inaceitável.
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